sexta-feira, 31 de dezembro de 2010
sábado, 18 de dezembro de 2010
O baú das coisas do avesso
Já guardei um punhado de noites
Das viradas em claro, lágrimas cristalinas
Das chapadas, entorpecidas
De loucuras inconsequentes
De uma juventude fria
Em tempos e fatos quentes
Ardentes cartas que nunca foram entregues
Em lembranças tortas e remotas
De uma angustia solta, e afogada
Em outra dose de amargura
Guardei muitas fotos, de vários tamanhos
E de várias épocas, diferentes dentro da mesma semana
Outras em invernos distantes
E olhando para elas, reparei
Que tal qual o retrato de Dorian
Vai ficando tudo assustador
Tudo enrugado
Feio em seu espaço
E tudo ao redor então apodrece
Na mais solene calma
O tempo e os erros...
Marcelo Diniz
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quinta-feira, 16 de dezembro de 2010
Pedaços
Pedaços de um muro, de mim
Muros que separam Coréia do Sul e do Norte
Muros que atravessam Berlim
Talvez uma agonia profunda, talvez até ilusões
Uma multidão sem rumo, confusa
Em frente ao muro das lamentações
Pessoas com medo, mas querendo a liberdade
Até que surge um martelo, na mão de um garoto...
E ele ataca o muro com golpes ferozes, com brutalidade
Mas não tem tanta força, faz apenas arranhões
E ele não desiste, segue em frente, segue a sua missão
Vai batendo, agora concentrando os golpes sempre no mesmo ponto
Até que um tijolo começa a ceder, e um buraco aparece no muro
O menino cai, duro, imóvel, sem movimentos ou sem reação
O buraco que estava por trás do muro era em frente ao coração
Que acabou sendo atingido, teve uma parada cardíaca
E não há martelo que derrube um muro
que tenha em frente um coração partido...
Marcelo Diniz
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segunda-feira, 13 de dezembro de 2010
Cativante
Sombras de um poeta torto
Lá na imensidão, a chama
Sempre radiante de brilho infinito
E assim vou levando, caindo e levantando
Rindo e às vezes chorando
Tendo sempre presente
Sempre por perto... Cativante luz
Sejam noites de breu total
Tardes frias de um outono
E mesmo nos dias cinza de fortes temporais,
Sempre ela... Sempre brilhando!
- ... um tributo à você, que me entende!
Marcelo Diniz
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sexta-feira, 10 de dezembro de 2010
Crisálida
Sentia o cheiro do medo no ar
Outrora uma angústia apertada
Flertando com a calma
Roendo aos poucos a minha alma
Onde tal inconstante juventude
Muda e desafia a sapiência já tardia
Ao redor um grande e gélido cinza
Tempos mutáveis, em busca, aos montes
E quebra então o casulo, sai pela janela
Metamorfose alucinada, no meio do nada!
Marcelo Diniz
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quinta-feira, 9 de dezembro de 2010
Carbono
Queria mesmo é que fosse de pedra
Um coração diamante
Que já não bate
E nem machuca
Envolto por uma rocha
Perdido dentro de uma gruta
Esperando que o tempo passe
Esperando em vão
Voltando, estaca zero
Coração carvão
Marcelo Diniz
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quarta-feira, 8 de dezembro de 2010
Pilares Do Teatro Mágico
3 vidas de distancia
3 séculos em extinção
30 anos de procura
300 tijolos para levantar o muro
Pedaços que o tempo não apaga
Tatuagem com ferro quente
No metal da pele, no sentido da alma
Reais valores que só aparecem com o tempo
As vezes tarde demais
As vezes com tempo de menos
Um brilho no meio do olho, olho do furacão
Vontade de gritar, sem nada pra dizer
E as coisas só funcionam quando não são forçadas
Só funcionam quando a vida escolhe por nós !
*Dedicada, inspirada, in memorian!
Marcelo Diniz
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sábado, 27 de novembro de 2010
Querido Diário
Um dia comum, sem choro nem vela
Em outro espaço, nova esfera
Rostos marcados, riso engasgado
Insano desejo, incompreendido
De uma volúpia aquém, perdido
Outrora em espera de um tempo tardio
Distante do mundo, desse ai vendido
Impuro e agonizante
Aos tantos, aos montes
Rapida decisão, morrer aos trancos
Indo em direção ao armário dos heterônimos
Outro que se foi, hoje eu morri mais um pouco
Marcelo Diniz
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terça-feira, 2 de novembro de 2010
Réquiem da madrugada
De todas que me cercam
E das que formam meu caminho
Se não há luz para me oferecer
Me solte na estrada
Me permita brilhar sozinho
No canto dos pássaros
Réquiem da madrugada
Gota de orvalho
Pinga em terra, e seca
Vira pó, em grão
E sem luz, brilha
Na luminosidade da escuridão
Marcelo Diniz
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domingo, 24 de outubro de 2010
Sopra o passo!
E veja só onde cheguei
Um dia de cada vez
E veja o passo que já dei
Chegando e saindo
Chorando, passando, fluindo
Vento lateral
Janela litoral
Chuva turva
Ilusão de ética
Cética calunia
Imoral tortura poética
Sopra ao lado
E marca a areia
Em pegadas, outros passos
Tantos que nem sei
Outro passo que já dei...
Marcelo Diniz
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sexta-feira, 22 de outubro de 2010
O amanhã além
Nem as ruas são reais
Sinto o cheiro numa rosa de plástico
Rodeado pela luminosidade
De brilho artificial
Enlatados pelo pasto
No céu, outro dia cinza
Nuvem diesel, um cavalo mecânico
De cérebros eletrônicos
E corações automatizados
Visão de raio-x
E um tempo alucinado
Que corre e não espera ninguem
Mas eu ainda sinto o cheiro da chuva
Sinto o pó na barba
A areia pelo chão
São as saudades de um tempo além
Tempo que passa... tempo que vem!
Marcelo Diniz
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quinta-feira, 14 de outubro de 2010
Heterônimo (?)
Muitos passam e seguem
Indigo pranto se transforma
Naquele ponto em que sucede
Outro então em evidência
Rouba a cena e cai na chuva
Entretanto sem consciência
Tira o manto, em amarguras
Eis aqui um perdido, na pluralidade
Heterônimo vil, das singularidades
Marcelo Diniz
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domingo, 10 de outubro de 2010
Aos meus amigos
Ser e me cercar da gente
Cerca humana sofisticadamente simples
Que liberta mais que prende
Feita de pessoa-poesia, pessoa-picodoeverest
Pessoa-pedaçodeDeus, pessoa-gente
Feita dos amigos perto, dos amigos longe
Dos amigos sem lugar
Lá da décima nona dimensão
Com quem quero quando sempre
Flutuar e afundar
Olhos fechados, canoa furada, barco viking, jacaré
Balão, bicicleta, telha de barro, bolha de sabão,
Para onde o saber não tem porquê
E descobertas não cabem no mapa-mundi
Porque continentes são frutas no fondue
Miolos de girassóis dançantes
No campo dos ventos errantes
Seja cata-vento ou moinho
Pessoa-gavião, pessoa-pavão, pessoa-passarinho
Coração de leão num dragão alado
Olhos abertos, cheiro das rosas, um soneto
Uma soneca, banco da praça, balança em cipó,
Bolinho de chuva, tabuleiro, um violão,
Uma velha canção de amor
Lágrimas de alegria, cabeça no ombro
Em porto seguro, estaca no chão
Ternura dos tempos, nostalgia de um futuro
Para o todo, enfim
Vivo, pulsante, correndo
Em mim...
- Apesar da forma simétrica, esse poema brotou de cabeças e histórias diferentes, registrado aqui então o inicio de uma parceria! ( 10/10/10 )
Marcelo Diniz & Flávia Dozo
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Alado!
Seus anseios ocultos
Seus caminhos discretos
Pegadas de pégasus
No coração do hemisfério celeste
Sopra em nuvem
E brilha o Sol
Um sonho alado
Nas asas da vontade
Sempre soube até onde voce iria
Mesmo estando aqui do outro lado
Do outro lado do espelho!
Marcelo Diniz
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sábado, 9 de outubro de 2010
Fique ao meu lado...
O sonho de fato não acabou
Sua semente foi plantada
E por mais que demorem
Para entender toda a razão
Eu estou aqui
E estarei ao seu lado
E não me importa que as luzes
Sejam quase todas artificiais
A que mais brilha ainda é a lua
Em noites frias e céu nublado
Me brilha a imagem, jovem sonhador
De uma paz, em todas as cores
E eu estarei ao seu lado
Daremos então uma chance
Para a mudança, sem fronteiras
Sem muros, sem cor
Sem bandeiras
Unidos em amor, ideologia utópica
Espaços em órbita, em sonhos
E lá, estarei ao seu lado
- Em tributo ao grande sonhador Lennon
Marcelo Diniz
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sexta-feira, 8 de outubro de 2010
Cheiros
Em brisa quente
Na alma, fogo
Elemento tempestade
Balança o cabelo e passa
E deixa o cheiro
Cheiro da paz
A paz que um dia eu perdi ...
Marcelo Diniz
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quinta-feira, 7 de outubro de 2010
Quarto nublado...
E cada vez que sopra o vento
Me aparece uma estrela
Que me brilha em momentos
Antes eu gostava de dias cinzas
Hoje acho que me assustam
Devido ao caos que eu absorvi
Pois a solidão de uma nuvem
Que passeia na frente da lua
É a mesma que passeia pela quarto
Nublado em idéias.
Preciso da lua
Preciso de ar
Preciso da rua
Preciso voar
Preciso...
Marcelo Diniz
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Quarto nublado...
E cada vez que sopra o vento
Me aparece uma estrela
Que me brilha em momentos
Antes eu gostava de dias cinzas
Hoje acho que me assustam
Devido ao caos que eu absorvi
Pois a solidão de uma nuvem
Que passeia na frente da lua
É a mesma que passeia pela quarto
Nublado em idéias.
Preciso da lua
Preciso de ar
Preciso da rua
Preciso voar
Preciso...
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quarta-feira, 6 de outubro de 2010
Hiperconectividade
Ondas de energia, vibração
Natureza em equilibrio
Hiperconectividade de emoção
Outras frequências em mutação
Ao canto do meu pranto
Numa sinfonia dissonante
Aponto para outros tantos
Lugar comum, distante
Outro tempo, em destreza
Guiado pela incerteza
Inspiração abstrata
Como o ar, em nuvem casta
Ouço o vento, ouço o nada...
Marcelo Diniz
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quinta-feira, 23 de setembro de 2010
Outra nova estação
Rumo, de todo momento
Indo, calor dos tempos
Mudo, meus pensamentos
Aguardo, um anseio voraz
Vejo, um temor fugaz
Encontro, a chave do porão escuro
Recrio, um novo tijolo num velho muro
Acendo, em brilho eterno, novo mundo
Marcelo Diniz
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Pedaços ( 02 )
Desses que passam por nós, e por vezes marcam
Em outras furam, em muitas só passam
Mas percebi que assim como a aguá
Que corre pelo rio
Cada pedaço assim que passa, já mudou
Metamorfose constante
Queria prestar um tributo aos pedaços
Aos que foram especiais
Aos que ensinaram que o buraco nunca é fundo
Aos que passaram feito vento
E aliviaram as feridas abertas
Somos formados por pedaços
Ilhas soltas, no oceano do universo
E cada um desses que passam
Somam, grudam, formam
Sejamos continente
Pedaços que formam
E formam a vida
Sejamos gente...
Marcelo Diniz
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domingo, 19 de setembro de 2010
Cinzas ao vento
Bem no centro de um labirinto
De luzes acesas
Queimando em mim
Sensação torta
De dias cinzas
De ter começado pelo fim
Em um quarto escuro
Eremita em apuros
Sem vela
Sem ar
Sem foco
Sem sim...
Marcelo Diniz
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quarta-feira, 15 de setembro de 2010
Ativista
Com versos e rosas, intento
Intenso demais, em momentos
Tenso e sagaz, ao vento
Em brasa quente, me marco
Outrora com medo, disfarço
Procuro em refúgio, um abraço
Ondas tremulam em vibração
Ao acaso em tão só canção
Cantam em coro, desafinados
Um tom alto, plagiado
Lugar nenhum, vibração retida
Onde nem vento, nem som, nem vida
Verde encanto, de esperança reflete
Espirito limpo de aura se veste
Escrevo no tempo, me rasgo em poesia
Recrio a idéia, antes que seja tardia
Marcelo Diniz
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quarta-feira, 8 de setembro de 2010
Balada em dó menor
Coração ferido
Cabeça rachada ao meio
Momentos de glória e alivio
Vão com o sopro de um fraco vento
Tão dificil subir
Vontade de pular, gritar
Queria mesmo era ser um acorde
Um acorde em tonalidade menor
Dedilhado num piano
Uma balada introspectiva
Dessas que fazem o coração sangrar
E eu sangro, até secar ...
Marcelo Diniz
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segunda-feira, 6 de setembro de 2010
Epitáfio (03)
Por toda a vontade de sumir
Inocente esperança de outros tempos
Tempos transtornados, ventanias
Ao redor, nem santo nem casa
Findo em mim, por todo o fim
Indo assim até onde couber
Outro buraco, uma lápide qualquer!
Marcelo Diniz
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domingo, 5 de setembro de 2010
Epitáfio (02)
Por quantas noites em claro
Impossiveis horas a fio
Tão longe de tudo, longe de mim
Aos prantos e barrancos
Fica claro, em desprezo
Inicio errado em desejo
Outra linha ainda torta
Marcelo Diniz
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Epitáfio
Por entre os olhos, latejante
Insólita e sempre presente
Tamanha desavença com uma pobre mente
Angustia inquieta de uma revolta incerta
Fui, mas deixo aqui as raizes
Incertas, improváveis e inconstantes
Ou deixo só a dor, incerta desse instante.
Marcelo Diniz
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quinta-feira, 2 de setembro de 2010
Variáveis
Ao redor, no centro, furacão
Raios enfurecidos cruzam o céu
Incandescente luz, sinal dos tempos
Aos que ficam, desejo sorte
Caótico final, em alerta
Outro muro, outras pedras
Em chamas, cidade seca
Sede de quem te chama
Das lembranças, a mais viva
Era de um lábio saciado
Uma mente em mutação, constante
Mente difusa, distante, confusa
Muito além do que convém
Esse deve ser o ponto
Sete dias em um minuto
Muitas vidas em um segundo
Outros anos, vários mundos
Teorema de uma inatividade
Esquema tático abstrato
Mente constante, abstraindo outra parte
Arte pela vida, arte pela arte
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terça-feira, 31 de agosto de 2010
Universo de opções
Lugar atemporal, fuga racional
Espelho de cores, dentro dos olhos
Longe dos tempos, perto da alma
Abstrato mundo, motor de partida
Realidade virtual, passado presente
Ao espelho peço espaço, sideral
Por dias cinzas e noites calmas
Outro tempo, mesmo lugar
Sinais de fumaça, partida e chegada
Realidade paralela, singularidade virtual
Espaço e tempo, espelho dos olhos
Vidas futuras, pós Terra
Irracional realidade, analógica
Num outro tempo
Um outro lugar.
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segunda-feira, 30 de agosto de 2010
Morcegos
Alto o bastante para sumir
Topo do céu, no fim do azul
Mundo perdido, sonho quebrado
Algo além do comum, lugar nenhum
Na penumbra, na espreita, na espera
Numa noite, estação para o inferno
Atras da foto um calendário
Muitas lembranças, era um outono
Tempos revoltos, cidade em chamas
Ao redor tudo queima, todos gritam
Bate a asa e voa alto, enquanto pode!
Marcelo Diniz
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Sopram!
Sempre ao tempo, sopra errado
Tendo o vento, assoprado
Perto entendo, corro e parto
Ventos que sopram natural
Ventos que movem moinhos
Ventos que passam, marginal
Ventos que sopram, sozinho
São apenas ventos
De outros tempos
Que movem montanhas
Que passam florestas
Que correm com os rios
Que secam as lágrimas
Que trazem frio
E queimam na alma
Mas levam o perfume
E as cores
Das minhas desventuras
Em desamores...
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sábado, 28 de agosto de 2010
Do avesso
Sem trincas, sem rasgos
Sempre em frente, reflexo
Em dois, em mais, em frente
Vidro esculpido, retrovisor
Aos versos, do avesso
Outro tempo, outro começo
De tempos em tempos, o mesmo erro!
Marcelo Diniz
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quinta-feira, 26 de agosto de 2010
Destino traçado!
Entre muros e grades, passam
Sem pedir, sem bater, sem avisar
Tiro ao alvo, certeiro
Inteiro, entra, e passa
Numa tempestade de Sol
Ou num deserto em nevasca
Tranca, amarra e arrebata
Rasga e queima
Acaba e some
Como eu faço para voltar?
Aperto o botão? da bomba H?
Desde que me jogaram aqui é sempre isso
Onde foi? quem será? como eu faço?
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Por cima
Violento e ácido
Como uma Quimera
Na plenitude da revolta
Quisera...
Eu poderia tambem ignorar
E passar por cima dos fatos
Como um trator no asfalto
Mas a força do meu grito
Ainda fala mais alto
Já que todo caminho que eu escolho
Sempre vai ser o errado
Vamos lá novamente então
Na ponta do lápis, no papel, nos fatos
Momentos até ingratos...
Caminhando e cansando
Até onde as pernas permitirem
Em qualquer um dos lados
Já que não nasci na época errada,
Nasci foi no planeta errado!
Marcelo Diniz
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Eu passarinho...
Voce fica
Voce passa
Eu sigo
Eu passo
Voce vira
Voce passa
Eu escondo
Eu passo
Voce para
Voce passa
Eu corro
Eu passo
Voce some
Voce já não passa
Eu morro !
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terça-feira, 24 de agosto de 2010
Rosas secas!
Que me escorria pelo rosto
Rolando feito as pedras
De um desgosto que empedra
Trancado com os velhos fantasmas
Num quarto escuro...
Trancado só
Percebi então que já nao tinha lágrimas
Agora eu chorava pó!
Marcelo Diniz
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terça-feira, 17 de agosto de 2010
Puros em partes!
Que dos poros transborda
E me deixa em partes
Um tanto afago
Outro tanto afogo
Por ondas sonoras e vibrações revoltas
Navegante do cosmos
Náufrago no vácuo
Arte pela arte
Que te rasga e fura
A arte da liberdade
De uma sala de tortura
Dos anseios secretos
Da censura incerta
De um momento que passa
Te escapa feito areia pelos dedos
Arte pela arte
Que te olha pelo espelho
Te desmonta o motor
Te guia pelo torto
Te leva até o topo
Como um toque de Midas
Imortaliza e transforma
Te guarda no baú
Arte pela arte
Seja inteiro
Explodindo em peças
Cada qual uma parte
Um continente
Um oceano
Uma galáxia de possibilidades
Arte por mim, em toda parte ...
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domingo, 1 de agosto de 2010
Além.
Para ter uma boa morte
Boa noite
Boa vida
Boa sorte ...
Marcelo Diniz
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Os anos em minutos!
De tudo aquilo que me grita
Com o olhar de lua cheia
Longe, ao redor do muro
Preso, feito erva, faz fumaça
Me engasga, me engole
Isca, fisga e rasga
Partindo a espinha
Sem ar, sem maré
No tempo, um vento arisco
Sopro de Quimera
Tremulam os anseios
Esqueçam os dias, os ultimos anos
Parte humano, parte bicho, parte ciência
Paciência...
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quinta-feira, 29 de julho de 2010
Poéticado!
Uma contemplação perfeita
De tudo que me forma
E quando me dei conta
Já estava explodindo
Em idéias, em pensamentos
Em vontades, em certezas
Era um campo
O trovador ao centro
Cantando os passeios de uma esquina
Dessas que me inspiram ainda
Cheiro de arte exalando ao redor
Pulavam dos poros
Cabeças voltadas, faces felizes
O Sol faceiro, em sol maior
Esquentava o dorso, hora atras dos pilares
Hora no rosto
Coração queimando, feliz, batendo em dueto
Um olhar, um abraço... o cheiro
Já escrevi sobre lugares onde nunca estive
Já descrive coisas que nunca vivi
Mas dessa vez eu fui a poesia
De uma obra de arte , intenso
Numa tarde
Numa quinta
Num inverno, num momento...
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domingo, 25 de julho de 2010
Carne e pedra
Que pinga e te fura
Corroendo os poros
Chuva ácida
Que fura o mundo
Em pequenas e singelas gotas
De amargura e ódio
Come a carne
Come a pedra
Rasga a vida
Como uma ingrata ganância
Que me afasta
Me rasga
Me fura
Chuva ácida, limpeza celestial
É a forma de devolver
Tudo aquilo que cativamos
A natureza sempre encontra o caminho
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terça-feira, 20 de julho de 2010
Por horas!
Percebi a lua rindo para mim
Brilho intenso, enaltece
E por fim, amanhece
História sem fim, ofegante
Transpiração inconstante
De um desejo fatal, assim carnal
Cerebral, inquietação distante
Dos tempos remotos, passional
No alto da montanha, litoral
Sou o meio da história
O centro do meu mundo
Um ponto, um risco
Um corte profundo
Me absorve
Me esquece
Um salto da montanha
Ao horizonte
Então brilho no céu
Sou seu Sol
Brilha em mim...
Marcelo Diniz
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quinta-feira, 15 de julho de 2010
Luz e força !
Todos os sonhos do mundo
Dos puros, dos imundos
Da força de um atleta
Da luz de um poeta
Da pureza, de rara beleza
Da Fênix renascida
Da Quimera enfurecida
Tenho em minhas mãos todos os sonhos
Das vezes que sonhei acordado
Das vezes em que acordava atrasado
Das noite em claro, de dias mais raros
De rara pureza, de um outono cinza
Outrora beleza, de um orvalho secando
Das folhas caidas, das páginas viradas
Dos livros da vida, das raras certezas
Tenho em meus sonhos
Todas as formas
Todas as notas
Todas as épocas
Tenho uma carta, com todos os passos
Até aqueles que me faltaram força
Que eu nunca alcancei
Que corri , que fiquei
E chorando , sorri
Me lembrando, parei
Escrevi, engoli, rasguei ...
Marcelo Diniz
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segunda-feira, 12 de julho de 2010
Floco de neve...
Fui como floco de neve caindo
No Sol dos seus olhos
Foi intenso, cheio de luz
Uma sede insaciável
Um olhar quase perdido
Uma negação, da voz da razão
Dois corações no mesmo dorso
Apertado com força
Fez-se então o verão
Mas a duvida ainda era maior que a certeza
Tinha a verdade, tinha a pureza
Mas tinha tambem o cuidado
De não machucar algo que já era puro
Novo aperto no peito
Um frio que subia pela espinha
Fez-se então o inverno
Continuava intenso, continuava puro
Com uma certeza pulsante
Aperto novamente no peito, ainda mais forte
Sentindo a vontade que exalava
Lábios tremendo, próximos da nuca
Mas esse seria o ultimo abraço
A ultima vez que eu iria te ver ...
Marcelo Diniz
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domingo, 11 de julho de 2010
Chuva Ácida
Que te fura
Te prega a alma
Tortura
Fere igual faca amolada
Os sonhos cegos
Igual aos humilhados
Em seus trapos rasgados
Em sonhos não concretizados
Em cabanas de papel no parque
Chuva ácida, pinga e fura
Uma vida sem sonhos, em tortura
Meus passos seguem angustiados
Enquanto todos fingem nao ver, e tropeçam
Gente por cima de gente
Sonho por cima de sonho
A alma então fura, vazam os sonhos
E fica a amargura , em tortura!
Marcelo Diniz
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terça-feira, 29 de junho de 2010
Diário de um outono - download livre !
- Disponibilizado para download livre o e-book com as postagens "Diário de um outono", é só clicar na imagem e "salvar destino como..."
- Arte Pela Arte!
Marcelo Diniz
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sábado, 26 de junho de 2010
Até que o vento me espalhe...
São loucas
São soltas
Se for para acontecer um momento
Que seja o mais especial
Se for para ter uma ideia
Que seja a mais genial
Se for para quebrar em pedaços
Que seja no minimo passional
Intensidade
Essa é a bola da vez, o tiro certo
Já vivi e envelheci um ano em uma semana
Criei diários, engoli poesias
Já vivi outros tantos em apenas um dia
Entrei no mais sórdido buraco de rato
E ainda hoje volto, e abraço alguns deles
Tomei outra dose e olhei para o céu
O brilho do sol era tão forte
Que refletia a lua, dez da manhã
Enfim percebi, era isso
O tal brilho intenso
Como um mapa dos meus passos
Com a força do astro rei
Vou cegar aos ofuscáveis
Vou somar aos brilhantes
Flutuando feito pluma, campo minado
Explodindo feito bomba, castelo de cristal
Pisando nos cacos
Sangria da alma
Rasgando o calendário
Quebrando o relógio
Esse é o meu tempo
essa é a minha luz
A intensidade é o meu caminho
Até que anoiteça
Livre das forças, êxtase profundo
Ímpeto de luz mais forte que os olhos
Num giro intenso se desmaterializa
E volta a brilhar, no dia seguinte
Intenso, logo insisto
Tenso
Mas insisto...
Marcelo Diniz
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domingo, 20 de junho de 2010
Diário de um outono (encontro das estações)
- O poeta é um fingidor
Montenegro pedia:
- Que a arte aponte uma resposta
Quintana afirmava:
- Eles passarão, eu passarinho
Sócrates sacramentava:
- Só sei que nada sei
E eu grito:
- Socorro!
Quanto mais encontro o meu caminho
Percebo que estou cada vez mais longe
Longe demais
Eu finjo saber o cheiro da rosa
Sem nem ao menos ter vaso em casa
Mas ja me machuquei com vários espinhos
Então de fato tenho conhecimento de causa
Tal qual Pessoa, por completamente
A dor que deveras sente
Já quis forçar a arte, exigir um caminho
Mas a arte é amor, é liberdade
Ela precisa fluir, natural
É a vida, como ela é, e até como não é
São as minhas cartas de suicidio
São minhas poesias negadas, e rasgadas
Mas tambem são alegrias, traduzindo anjos
Os que me cercam, os que me sopram
São por vezes o conforto
Sempre fui demasiado humano
Buscando a pluralidade
Na singularidade que me conforta
Um passarinho, estranho no ninho
Patinho feio, apontado, julgado, cobrado
A andorinha que decidiu fazer o verão
Era isso afinal, não era pato, não era cisne
E nem era passaro, era fagulha de brilho intenso
De vontade, de mudança. da esperança
Das coisas que passarão
Ate dos erros que cometi e de toda falta de atenção
Passarei ... passará ... passarão !
Não sei até onde chego
E nem sei se quero chegar, meu abrigo é o caminho
Não lembro a cor que tem o coração
Nem quantas vezes ele bate
Mas sinto ele, pulsando o sangue
Que me escorre em lágrimas
Das feridas não cicatrizadas
De amarguras que ainda não tive
De saber que sou tantos e não sou nenhum
Hoje sei que sou mais arte do que gente
Por isso nem sempre sei quem me olha do espelho
E assim será...
Até a ultima folha
A ultima nota musical
Em frente !
- E assim acaba o "Diário de um outono" ...
Marcelo Diniz
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sábado, 19 de junho de 2010
Será Mago !
Aquele capaz de conversar com as estrelas
De ouvir o ultimo suspiro da lua
Apaixonada pela noite, que sempre vai
Sorrateira alvorada
Será mago
Aquele capaz de ver
Onde todos cultuam a cegueira
Que sabe ser, onde todos querem ter
Com folhas de esperança
Caindo no outono da alma
Será mago
Aquele capaz de sair da luz
E caminhar na escuridão
Com a certeza de que o caminho é o mesmo
A luz que acende sempre apaga
Será mago
Aquele capaz de voar
E com apenas uma pena cruzar o mundo
Unificando culturas, cultuando a união
Será mago
Aquele capaz de confortar o oprimido
Com palavras que nem precisam ser ditas
Em olhares intensos, de brilho onirico
Com a força de uma vontade além
Mas, e agora José? como será?
Seremos !
- Dedicado ao mestre José Saramago*
Marcelo Diniz
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quinta-feira, 17 de junho de 2010
Ali, nenhuma entrelinha
Ali nenhum mal chegava
Ali nem o vento tortuoso soprava
Ali nenhuma estrela apagava
Ali nem o Sol, da lua separava
Ali nenhuma angustia persistia
Ali nem o abismo sombrio engolia
Ali nenhuma lágrima além escorria
Ali nem o trem azul partia
Ali nenhuma amargura escondia
Ali nenhum fantasma do passado renascia
Ali neurônios inconstantes, por vezes animados
Ali nêutron intenso, uma estrela , um cometa
Ali neste pequeno pedaço ... em mim!
terça-feira, 15 de junho de 2010
Diário de um outono ( as ondas, o mar... )
Ondas de um mar revolto
Brisa constante em direção
Rumo ao cais do porto
Entrelaça o arpoador, outrora navio deposto
Sem rumo, sem radar, sempre em frente
Esses dias sonhei com uma estrela
Num brilho intenso, astro rei flamejante
Hoje já nao sinto frio, tempo inconstante
Outrora ventava, outrora chovia
Ritos de passagem, em horas distantes
Interminável brilho intenso em mim, sem fim
Te encontro por ai, por aqui... num tiro fatal
Á queima boca ...
Marcelo Diniz
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quinta-feira, 10 de junho de 2010
Diário de um outono (consciente incoletivo)
Se prepare para remar muito mais forte
Mania de andar sempre pro outro lado
De pensar sempre por linhas tortas
Enquanto o seu caminho é facil
Faço do meu tortuoso, e prazeroso
Enquanto voce perde tempo construindo um castelo
Eu vejo mais graça no bobo da corte
Enquanto o seu coração bate
Eu ensino o meu a apanhar
Vai ver que é isso que faz doer a cabeça
Pensamentos insanos de uma quase bipolaridade
Demasiado humano, por diversas vezes
Demasiadas vezes, por deveras humano
Humano as vezes, por momentos diversos
Diversidade demasiada...
A lua me chama, não sei se volto
Já nem sei se cabe
Já nem sei quem sabe
E já não me importa, desembaralho em revolta
E quem sabe um dia uma dessas cartas não seja em vão
Afinal eu já aprendi a voar,
Mas se ainda tiver medo do escuro, não me siga
Lá é meu abrigo, meu conselho, meu amigo
- me dá a sua mão ?
É de lá que eu vejo o sol nascer
Vejo a lua nova sorrir para mim
O vento cantando pela esquina da parede
O vidro trepidando quando o onibus passa
O vão da janela
O nó na goela
O café me deixa ligado
A arte me deixa pilhado
Já fui feito filho unico para me acostumar
Que rumo só, e só assim continuarei rumando
Tenho que me acostumar com o consciente
O consciente incoletivo que me cerca
Arte pela vida, arte pela arte
Daqui para o sempre
Arte pela eternidade "
Marcelo Diniz
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segunda-feira, 7 de junho de 2010
Diário de um outono ( lágrimas e rosas... )
É a mesma que alimenta o fantasma
Aquele que voce já tinha enterrado
Sedento por um descuido seu
Derrube as lágrimas no jardim da salvação
Plante quantas vezes for necessária a mesma rosa
De fato as rosas não são todas iguais
Em meio ao imenso jardim, sempre tem uma
Com brilho intenso, que puxa a atenção
Rosas são como sonhos
Podem ser boas , podem murchar
Podem exalar um forte perfume, ou podem secar
Sempre existe um espinho no caminho
Tal qual um caule tortuoso
Sempre existe uma pétala abrindo
Tal qual uma esperança florescendo
Quando secar, eu molho
Quando murchar, eu planto novamente
Se morrer, eu dou nova vida
E quando florescer, te guardo em mim
A flor ... da pele !
Marcelo Diniz
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sexta-feira, 4 de junho de 2010
Diário de um outono ( brilho intenso e soturno... )
Onde sempre me senti mais seguro
Afinal, o fogo é o meu elemento
Leão recuperando as energias
Afiando as garras
Mas não para um ataque
Apenas para seguir o caminho
No breu gélido de uma caverna
Ardendo os ossos, emquanto ainda posso
Queimando em prazer a eterna força de ser
Sem frases feitas
Sem clichê
Tudo novo, outra vez
Uma vez por dia em um ano por vez
E ainda assim, quem sabe
Eu consiga pensar, por um só instante
Em quantos pedaços me quebrei
Coração de brilhante, distante
E quantos não consegui mais colar
Mas mesmo assim ele ainda bate
Com uma força descomunal
Afinal, tal qual a ampulheta
Que derruba os grãos do tempo
Os pedaços tambem precisam cair
Estou pronto para me quebrar
Estou pronto para voltar a colar
Os que ficarem pelo chão
Registram o caminho por onde passei
Os que sumirem em grãos
Esquecem os amores que amargurei
Os que subirem, em vão
Viram estrelas que ainda não amei
E os que couberem na mão
São os que me fazem lembrar voce
Não de saudade, mas de vontade
Pego, guardo, sinto... "
Marcelo Diniz
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terça-feira, 1 de junho de 2010
terça-feira, 25 de maio de 2010
Diário de um outono ( o encontro da arte )
Abstrato como o pó
Te recrio em minha poesia
Te faço da forma que quero
Te vejo da forma que sinto
Te narro em versos, te espero
Te peço sincero, nao minto
Te dou luz em mim
- Me conduz assim
Ao bel, ao léu
Tal qual um réu, condenado
Ao céu, longinquo, esperado
Em metamorfose volto
Materializo o abstrato poeta
Volto na forma originária
Um pouco musico, idéia incerta ...
Te recrio então em minha melodia
Te toco, acaricio em perfeita harmonia
Dedilhando, no alto a lua
Por dentro a face tua
Em notas suaves, como gotas do céu
Em graves certeiros, tenso
Floreando, cabelos ao vento
Arpejando, brilho de um sorriso sem fim
Intenso, em mim
Para o todo, enfim ...
Te crio então em obra-prima
Te toco em musica
Te leio em poesia
Imortalizo, materializo
Engano assim a saudade
E minha cabeça então sacia ...
Marcelo Diniz
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segunda-feira, 24 de maio de 2010
Diário de um outono ( a montanha e o caminho )
Por entre o céu e o inferno
Mas de fato não é a morte
Não a do poeta
É o polo norte em chamas
O deserto inundado
Mas de fato não é a morte
Não a do poeta
É um desamor, que fere
É um rancor, que rasga
É um medo, de tudo
Mas não é a morte
Seria covardia demais atribuir isso
Afinal as pedras constroem o caminho
Enquanto voce nao aprende a voar
Precisa pisar em algo sólido
Por vezes tropeça, por vezes chuta
Mas elas estão sempre por lá
É a facilidade em caminhar
Por entre o céu em chamas
Por entre o inferno inundado
Poder tropeçar em cada uma das pedras
E levantar em seguida
Não é a morte do poeta
É a diferença que nos torna comuns
Que cria sonhos e planos
Criando seres humanos
Onde nem todo Chico consegue ser Buarque
Nem todo herói precisa ser covarde
Nem todo amor precisa ser eterno
E nem todo sorriso precisa ser singelo
Eu morri , eu nasci
Não lembro o dia nem o ano
Mas me lembro de tudo que ainda nao fiz
Me lembro de todas as estrelas
E de uma com o brilho mais intenso
Me lembro de todas as mentiras
E de umas que cultivo em verdade
Me lembro de todos os caminhos
E de como todos eles se parecem
E me lembro de um dia
Em uma noite fria
Um sorriso, um brilho
E um coração que novamente se aquecia
Eu morri, eu nasci
Com todas as flores no asfalto
Com todas as pedras e seus espinhos
E mesmo sabendo o final
Sigo novamente o meu caminho ...
Marcelo Diniz
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quarta-feira, 19 de maio de 2010
Diário de um outono ( e as folhas caem... )
Perdendo a direção
Perdendo a vontade
Sem ter fonte ou inspiração
Nem tampouco necessidade
Morre por dentro, sacramentado
Um muro se ergue, tal qual uma lápide
E tudo o que parecia certeza
Já vira novamente duvida
Será que morrem os poetas?
Ou o que morre é a necessidade do desapego
É o desespero de saber que é a hora de sair
Que esse mundo ficou pequeno, é a hora de pular
Saltos mais altos, longe dos cegos
Desses que nem fazem questão de me ver
Desses que só aturam
Desses que só querem algo em troca
Que esgotam a minha ternura
- Luz!, pediu o poeta
Mas porque se esconde nas minhas sombras?
É a hora de pular, longe dos surdos
Que nunca fizeram questão de me ouvir
Que apenas aturam, e urram
Desses que esgotam o meu positivismo
E nem se preocupam em saber quem habita aqui
Eu nunca pedi nada em troca
Mas é um caminho tão doloroso
Quando voce olha ao redor e observa o deserto
Repleto de gente vazia, de horas tardias
De uma van-esperança em filosofia
Pode até ser sinais de loucura
Deveras abstrato
Posso tambem estar cego
Deveras ingrato
Tenho caminhado constantemente pelo breu
De um dia inteiro
De uma angustia serena, terrena
De uma semana pequena
Um intenso caminhar, nem sempre em sonhos
Nem sempre a voar
Eu sou muitos
Em tantos conflitos
Com certos esforços
E gritos aflitos
Eu sou pouco
Sou louco
Abstrato em tijolo
De fato, um tolo
Mas porque continuar a caminhada?
Porque nao isolar o poeta?
- Apaga ele no seu quarto escuro ...
Porque ele é guiado pelo brilho intenso
O mesmo que move o caminhar
Dos mitos que fazem valer o pouco que sou
Raios de luz que chegam pela arte
E ficam, inteiros, em partes ...
Um oásis no meio do deserto
A ultima gota, que borra o papel
De mais esse relato de um Outono
Obrigado por passar por aqui
Obrigado por estar por ai
Por brilhar para mim
Por ser assim...
* Aqui faz... *
"Isso não é coisa da minha cabeça
Mas se por acaso for, só não me esqueça
Apareça ..."
Marcelo Diniz
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segunda-feira, 17 de maio de 2010
Diário de um outono ( das lembranças )
A mesa de vidro com bolas de ferro
Que prendiam as laterais
A mão pequena, atenta no grande aquário
O lábio marcado no espelho
Pequenas e despretenciosas marcas
Pequenas formas de um mundo bem grande
Com uma imagem ainda fixa
Da Terra do Nunca
Parece que foi ontem
O frio na barriga, o medo do nada
O corredor longo e escuro
O quarto só na outra ponta
O banheiro no meio do caminho
Disparo contra o escuro
Coração acelerado
De um castelo, em ruinas
Do muito em nada, de uma dor solitária
Parece que foi ontem
Que o sonho começou a criar vida
Num espetáculo no coliseu
E foi quando percebi que existem os famintos
Esperando voce cair para ser devorado vivo
E existem as estrelas, e os raios de luz
Que brilham, que marcam, que passam
Mas ficam na cabeça, por tempos
Por hoje, por ontem, pra sempre ...
Parece que foi hoje
Que o mundo voltou a brilhar
Que o Sol do seu olhar aqueceu o inverno
Inverno de uma alma que ja era acostumada
Calejada, com escudos passados
E lá estava o horizonte
Novos horizontes, universo
E cada lembrança, cada muro, cada momento
Parece que foi ... mas é ! "
Marcelo Diniz
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sábado, 15 de maio de 2010
Diário de um outono ( os ventos do sul )
Que passam pelas ruas levando tudo que ficou
Coisas que ainda machucam
Coisas que já nem importam mais
Coisas que passaram, coisas que virão
Ventos de inverno, em tempos de verão
E movem sozinhos
Vento minuano, que esfria a erva
Gira o catavento
E faz apontar no horizonte
O ultimo nau a deriva
Nuvens traiçoeiras, perdidas
Coisas de antes, lágrimas que caem
Noite a dentro, noites mal dormidas
E que sejam sempre ventos da vida !
sexta-feira, 14 de maio de 2010
Diário de um outono ( o caminhar )
Afinal, é o sinal dos tempo
Coração na mão, ardendo como um tango
Ao alcance e tão longe
Segue a caminhada
Me sinto vivo
Com a nostalgia dos tempos futuros
Com a ampulheta virada para mim
Onde o tempo é meu, meu começo
Com o meio que eu quiser
E se eu não quiser, sem um fim
Não importa o quão errado eu caminhe
Alguem tem que caminhar
Por vezes um medo até juvenil
Por horas um anseio febril
Por dias uma angustia viril
Por anos em tom acinzentado
Só para me contrariar e escapar da rima clichê
Por dias perdidos, caminhando sem mim
Pensando em você
Marcelo Diniz
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quinta-feira, 13 de maio de 2010
Diário de um outono ( as folhas )
Despregam dos galhos, por vezes com o vento
Que faz o papel de carrasco e salvador
Que tira a segurança e joga ao mundo
Que da a esperança de um novo rumo
Que tira o alimento, liquido e certo
Que da mais movimento, brisa na cara
Os sonhos são folhas
E as vezes, enraizados demais
Esquecemos de ventar
De despregar dos galhos
As vezes secam ... e caem
As vezes brotam uma flor
Um sonho, de brilho intenso
Marcelo Diniz
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quarta-feira, 12 de maio de 2010
Diário de um outono ( o deserto... )
Enquanto andamos sem rumo
Correndo atras do proprio rabo
Circulos, por séculos
Fugimos do medo de ser feliz
Onde a mais bela marcha, ao horizonte
Perde o encanto, por miseras pedras no caminho
Morremos em egoismo
Puro egoismo, egocêntrico, egóico
Vivemos a singularidade
Esquecemos que nunca estivemos sozinhos
E que o horizonte vai muito além do umbigo
Perdemos momentos, desses que formam a vida
Perdemos a vida, presos a velhos momentos
Perdemos o tempo sem achar a saida
E quando achamos a saida, já nem temos tempo
Onde a mais bela marcha agora é a fúnebre
E nem por isso deixa de ser bela
Tal qual um deserto límpido
Que nao precisa de outra forma vivente
Vivemos presos em um deserto
Sem profetas
Sem filósofos
Sem poetas
Além do eu que nos habita
E se nao buscarmos renascer
Se nao nos reinventarmos a cada dia
Fatalmente iremos padecer de sede, dentro de nós!
- Tenho sede, e tenho um mapa... vem comigo!
Marcelo Diniz
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terça-feira, 11 de maio de 2010
Diário de um outono ! ( o começo... )
Só para te mostrar que ele está vivo
E por mais que voce tente tranca-lo
Não consegue, pois isso não é da sua natureza
Ame a vida
Viva em amor
Ame-se
Sempre sonhei em ser isso
Exatamente isso que eu sou hoje
Sei que posso ir muito além
Além de qualquer coisa que eu possa imaginar
Achei que no outono eu iria ter mais inspiração
Dias cinzas, vento gelado, clima frio
Mas ao contrario, travei
O clima está totalmente propicio, e eu fechado
Faz mais frio aqui dentro, ao lado dos ossos
Acho que estou com medo de mim
Ou então estou me poupando para voce!
O fato é que estou perdido
Não me acho nem no espelho
Acho que só consigo me encontrar nos seus olhos!
Marcelo Diniz
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domingo, 9 de maio de 2010
Jornada
" O final de uma década, ponto de partida
Rumo ao novo tempo, recomeço
A inversão dos papéis, o que outrora era apenas estrela
Hoje é o astro rei, imponente, poderoso
E vamos juntos, dançando pelas curvas
Subindo nas pedras, para ver o horizonte
Aquecendo o coração, mesmo com o frio dos tempos
A mão sempre esticada, puxando dos buracos
Me dá a sua mão e vamos juntos
Dançando no campo florido, por entre os girassóis
E o meu sentido sempre foi você "
- Toda poesia, ao menos as que eu escrevo e se assim posso chama-las, sempre tem uma história, um alguém envolvido, tal qual um diário autobiografico mesmo... essa aqui em especial tem um nome para ser rotulado.. dona Lucia, minha mãe :) ...
Marcelo Diniz
sábado, 8 de maio de 2010
Lágrimas De Anjo
Entorpecido pela vida que escolheu
Não consegue mais tirar forças de dentro
Tampouco de fora, tudo é distante
Dormindo com os olhos abertos
Quase um zumbi, um morto vivo
Que sofre com o dia e desconta a raiva na noite
Sofre com a tristeza que ele mesmo criou
E sentado a sua frente um pequeno anjinho observa a cena
Sem entender o que acontece, que mundo estranho é esse
Em quantas doses cabem uma vida ?
Qual o tamanho de um copo para se afogar dentro ?
Qual realidade é a pior, a consciencia ou o transe profundo ?
Quantas lágrimas são necessárias para encher o copo da vida ?...
O que aconteceu com a nossa raça ?
Onde queremos chegar, o que queremos provar ?
Por que fugimos de uma realidade que nem criamos ?
Por que atravessamos um rio, em busca de água na outra margem ?
Estamos num periodo de PESTE, é a peste humana
Que talvez nem tenha cura, nem extinção
Anjos caidos, anjos sem fé, anjos sem vida
E a única forma de corrigirmos o futuro é buscar uma evolução
Evolução passada, é tentarmos de fato ser quem nunca fomos
E nada que me entorpeça pode me fazer bem...
Marcelo Diniz
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Espelhos!
A sua dor é a minha dor
Se te machuca, se te fere o corpo
Também me corta, me faz mal
A distanca não vai conseguir separar
Algo unido pelo canto dos anjos
Fico agoniado, me remoendo
Pensando em como abrir a janela do tempo
Para que ele escape mais rápido
Fico tranquilo em saber o que você quer
Já me preparo, já me armo
Para enfrentar a guerra.
É como se eu pudesse voar, eu posso voar
E vou te levar junto, para o alto, para o infinito
Sem que ninguém possa derrubar
Sem que ninguem consiga quebrar o nosso sonho...
Marcelo Diniz
quinta-feira, 6 de maio de 2010
Por Enquanto
A lingua dos homens e dos ratos
Jamais conseguiria entrar no mais sórdido buraco
E sem entender o porque dessa necessidade sombria
O porque dos caninos clamarem por sangue, e arderem em chamas
Tentando negar algo que está sendo mais forte
Algo que sempre esteve em mim, desde os primórdios da carne
Em tempos remotos, tempos de seca, nada saciava a minha sede
Nada fazia a inquietação parar, a vontade de ir além
De voar como uma águia, a procura de sua presa, fácil, indefesa
De voar para dentro, de descobrir o que eu sou ? porque eu sou ?
Procurar outros mundos, de voltar para o além, para devolver tudo
Todas as vozes que sussurram no meu ouvido,
Que não me deixam dormir
Que me acusam, que me culpam de algo que eu fiz,
Mesmo sem eu saber o que é
Noites estranhas, e na manhã seguinte o corpo todo dolorido,
As vezes rasgado
E sempre quando vejo o sol me esqueço
De tudo o que aconteceu na noite anterior.
Sempre... até quando ? , por enquanto...
Marcelo Diniz
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quarta-feira, 5 de maio de 2010
Destino Traçado
O medo no olhar, era tudo o que se via agora
Pálido, assustado, cansado, sem forças
Sem esperança de conseguir escapar
Apenas entregue as presas do destino
E por dentro um quarto escuro
Uma sala fria e cheia de fantasmas
Onde ficava trancado quando menino
Como aceitar seu novo futuro sangrento ?
São escolhas que a vida toma sozinha
Sem perguntar se pode entrar, se pode ficar
Acho que cada um faz o que pode
E mesmo os que fazem e não podem
Sabem que no fim tudo acaba, tudo passa, tudo voa...
Marcelo Diniz
terça-feira, 4 de maio de 2010
Epístola
Acho que vou partilhar de sua idéia
Brindo com outra dose de martini
Afinal sei que sou um sonhador
Mas já sei que não sou o único
Brindo a ti com a vida
Enquanto dela eu puder me fartar
E garanto que enquanto aqui existirem sonhos
Por mais que sejam contrário ao mundo
Jamais deixarei de sonhar!
No fundo acho que eles ainda não entenderam
Aquele papo todo sobre a paz e o amor
Preocupados em cercar, em guardar em ter
Transformaram o planeta em tão pouco ser
Perdidos no próprio louvor
Mas nao ficarei te enchendo com problemas mundanos
Escrevo esta apenas como um "olá"
E que por mais que o sonho pareça ter acabado
Enquanto eu estiver por aqui
Não deixo ele acabar !
Valeu meu nobre amigo...
Marcelo Diniz
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segunda-feira, 3 de maio de 2010
Ali no mar, aqui no céu!
Para poder em poesia
Viver cada um de meus dias
Da forma como quiser
Vivo a vida em melodia
Para que com o som de sua harmonia
Em escalas maiores de inspiração
Poéticamente seja uma bela canção
Canto ao som do seu encanto
Brilho de luz infinito
Que a cor dará ao paraiso
Acordando um verso em inspiração
Acordo dentro dos teus olhos
Mas nao vejo por onde andas
Por um flagelo, uma lembrança
Me perco dentro do teu ser
E te faço em verso e poesia
Te imortalizo, te dou vida interna
Tatuando a alma, com ferro e fogo
Te coloco de volta em mim
Juntos somos todos
Todos somos muitos
Intenso, tenso e eterno
E dos muitos, somos um !
Marcelo Diniz
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Talvez Por Medo
Para a escuridão acendo a minha lamparina
Contra a revolução preparo a minha carabina
Dou um tapa no cigarro, para acalmar o medo
E me perco na fumaça, do meu próprio nevoeiro
Por que razão sinto medo de algo que não tenho culpa ?
Carrego as minhas forças, recarrego a munição
E tento encontrar um sentido dentro da minha confusão
Caminho por ruas e praças, esperando o sol amanhacer
Talvez por medo do nada, ou medo da escuridão
Talvez por medo de mim, ou desejos da minha solidão...
Sempre preso dentro do nosso relógio, do nosso tempo
E o tempo passou sem que eu pudesse perceber
Me deixando apenas cinzas, do cigarro que acabei de acender
Talvez procure você, talvez queira me encontrar
Na verdade eu só quero um pouco de paz
E poder pelo corredor voltar a caminhar...
- parte integrante da minha antologia "Sobre Os Muros"
Marcelo Diniz
Até o sempre!
Na vida em verso, mapa dos meus passos
Te acho, me perco, atordoado
Enfim quebra-se o muro, e agora?
Não sei mais como é lá fora
Sonho em caminhos, acordo em vontades
Ode ao que se pode, tal qual Dom Dinis
Deveras e por todo o sempre
Em outra peripécia que me prego
Movido pelo anseio, brilho infinito
As horas são poucas, por vezes loucas
Intenso demais, por toda a vida
Sempre, até chegar, até o fim, até agora "
Marcelo Diniz
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sexta-feira, 30 de abril de 2010
Ventos Da Razão
Mesmo aqueles que nos protegem, que dão abrigo
Muros que se criam pela mão de um carrasco
Que se firmam no peito de um amigo
E a chama do medo queima cada vez mais forte
São ventos do Sul contra as chamas do Norte, da morte
Ventos fortes, temporal, contra chamas de uma verdade, sem moral
Já falta essência, coerência, entrando em fase de falência
E protegida pelo muro jamais vai se apagar
Não há vento que passe e nem dor que supere
Um muro alto com base firme, intransponivel
Sem rachaduras, sem aberturas... criado de dor
E lá dentro tranco e alimento o medo
Fazendo virar parte da essencia, parte fundamental
E já não sei se vale a pena soltar isso,
tem mais de mim do que eu queria
Eu criei um monstro,
que se alimenta de mim e cresce muito rápido...
Não sei quanto tempo consigo segurar ele aqui dentro
Não sei que estragos ele pode fazer ai fora... "
- parte integrante da minha antologia chamada "Sobre Os Muros"
Marcelo Diniz
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quarta-feira, 28 de abril de 2010
As estrelas e a luz do olhar !
" Onde o mais longínquo raio de luz possa brilhar
Ainda que os olhos não sejam capazes de enxergar
Corro sempre para a janela, procurando pela luz
A luz do infinito, que não se cansa de chamar
Raios de sol misturados com o brilho da lua
Ondas de amor que se completam, energia vital
Com a simples pureza de um olhar...
Dessa minha tragi - comédia romântica "
Marcelo Diniz
terça-feira, 27 de abril de 2010
No infinito !
As sombras de um poeta torto
Lá na imensidão, a chama sempre radiante
De brilho infinito
E assim vou levando, caindo e levantando
Rindo e as vezes chorando
Tendo sempre presente,
Sempre por perto... cativante luz
Sejam noites de breu total ou tardes frias de um outono
E mesmo nos dias cinzas de fortes temporais,
Sempre ela... sempre brilhando! "
Marcelo Diniz
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segunda-feira, 26 de abril de 2010
Um grito e um silencio!
Que só ecoa em meus ouvidos
De uma inspiração constante
Pela qual sempre sou movido
É o que me joga, me faz pular
Sem importar-me com a altura
Até naufragar nas incertezas
Do tortuoso mar das internuras
Invento palavras assim como caminhos
Me guio por onde quero
Já fiz nascer várias vezes o mesmo filho
E sempre antes de me reinventar eu espero
Espero a hora em que voce passa
E eu só observo de longe, da janela
Um sorriso, um olhar, uma lua
A lembrança por vezes tambem flagela
E até que eu consiga inventar de fato voce
Continuarei me reinventando
Quanto ao receio de falar, pode falar baixinho
Estou sempre por aqui, sempre escutando !
- Na idade média, Portugal teve um rei poeta e trovador, por acaso Dom Dinis, de acordo com a árvore genealógica o primeiro Dinis da história ( variações do nome transformaram em Diniz e Deniz de acordo com cada região ), abaixo segue um trecho da Cantiga de Amor, achei que tinha muita relação com essa postagem .
"Cantiga de amor" - Dom Dinis
Você me proibiu, nobre senhora
de que lhe dissesse qualquer coisa
sobre o quanto sofro por sua causa
Mas então me diga,
por Deus, nobre senhora, a quem falarei
o quanto sofro e já sofri por você
senão a você mesma?
Marcelo Diniz
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domingo, 25 de abril de 2010
Um dia, um ano, um tempo !
Mesmo se for de furia
Mesmo se for de graça
Mesmo se for só um simples dia
Passa ...
Sem começo, sem meio
No fim sempre passa
Simples ... assim !
E nao importa o tempo que voce tente
Manter aquele momento mágico eterno
Porque num piscar de olhos o agora já foi
O ponteiro roda, a folha cai, o espelho quebra
E até o presente escrito nesse momento
Agora já é passado.
Sou um redator do tempo futuro
Escrevo o que ainda nao me aconteceu
Porque sei que sou um loop dos erros
Que sempre volto a cometer
Já morri e voltei certas vezes
Para corrigir meus próprios erros
Já vi várias vezes o fim do mundo
E no dia seguinte o Sol sempre voltava !
Sou um redator do tempo futuro
Um analista do meu sistema
Um virus mortal
A vacina da cura
Já sei onde estão todos os buracos
Os que completam o meu ciclo
E me preparo para cair em cada um deles
Por mais que pareça loucura
É o meu caminho !
Marcelo Diniz
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sábado, 24 de abril de 2010
O Anjo E O Poeta
Não há poeta que brilhe sem a luz de um anjo
E não há anjo que se aguente sem as emoções de um poeta
Não há vida que passe pelo buraco da fechadura
E não há dor que não se cure com um abraço apertado
E não há trem que pare na estação errada
Porque metade de mim brilha, ainda brilha
E a outra metade é a mais densa escuridão
E não há anjo que não cai nas incertezas de um poeta
Não há buraco que não tenha fim, nem os buracos da alma
Não há alma florida num corpo sem jardim
Em nada a verdade é absoluta e nem a impureza é tão bruta
Porque metade de mim está a beira de um precipício
E a outra metade pula para tentar voar
E não há anjo que não pense que as nuvens são de algodão
Não existe amor de general nem tampouco soldado passional
Não existem heróis que não sejam covardes, não existem heróis
E nem existe fantasia ou anarquia em meio a tanta burocracia
Porque metade de mim ainda sonha em chegar na Terra do Nunca
E a outra metade nunca vai entender isso.
E não há poeta que não sonhe em se tornar imortal
Não há rosa que seja bela para todo o sempre
E não há vida que perdure como o poeta sonhou
A vida quando acaba cabe em qualquer lugar
Porque metade de mim ainda tenta correr atrás da sombra
E a outra metade já faz parte dela...
- Inspirado na excelente obra de Oswaldo Montenegro - METADE ...
Marcelo Diniz
sexta-feira, 23 de abril de 2010
Pelo chão!
O que fraqueja é a cabeça
Por mais forte que pareça
Por mais longe que esteja
Altere seu psicológico e pronto
Esteja preparado para pegar os cacos
Peguei meus cacos e montei
Mas, o que faço com os pedaços
Os que sobraram pelo chão?
Tem os que colecionam quadros
Outros colecionam selos
Outros colecionam discos
Eu coleciono cacos ... "
Marcelo Diniz
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quinta-feira, 22 de abril de 2010
Instrospecção
Por essa mão
Por um não querer em vão
A ultima ficha, ligação
O telefone toca, ninguem atende
O coração bate, aflição
Mais uma noite em claro, silêncio profundo
Um chá de ervas, chimarrão
Lembranças de um futuro
Tempestade de idéias, furacão
A imagem na cabeça, caminhando
Com uma rosa na mão, coração
Dificil ficar do outro lado do espelho
Só reflito em pensamento, reflexão
Um abismo me separa, hora do salto
Mergulho no céu em busca do eu, ação
Me jogo no espaço, me perco no tempo
Vou caindo sem volta , contradição
Caindo nas idéias
Vagando no meu tempo
Perdido no meu espaço
Instrospecção
Marcelo Diniz
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quarta-feira, 21 de abril de 2010
Folhas de Outono !
De toda a angustia, todo sentimento ruim
De uma série de idéias insanas
E até das vontades mais profanas
Me puxava de volta para o meu chão
Onde eu podia pisar sem cair
Lugar que eu podia doer, sem sentir
E que pra viver, eu tinha que tentar existir
E antes o que era “ nenhum lugar “
Acabou virando o meu mais seguro abrigo
O que já foi lugar nenhum, agora valia mais
Quase tanto quanto um forte abraço amigo
E devo isso a você, que me mostrou
Pelo simples fato de poder olhar nos seus olhos
E ver um brilho tenro, eterno, te conhecer por dentro
E ter a certeza de que ali ainda habita uma alma... "
- O termo Amor platonico foi pela primeira vez utilizado no século XV, como um sinônimo de amor socrático. Ambas as expressões significam um amor centrado na beleza do caráter e na inteligência de uma pessoa.
Olhos nos olhos
Coração apertado
Uma visão, um sorriso
Acelerado
Não voe, não suma
Não tenho pressa
Não tenho culpa
Não é um jogo
Nada está empatado !
Marcelo Diniz
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terça-feira, 20 de abril de 2010
Esse é o fim !
E esse é o fim, de tudo que se passou até aqui
Trazendo comigo marcas no rosto
Trazendo comigo os estragos da noite, das madrugadas
Feridas dos pedaços do muro que eu tentei quebrar
Feridas de um tempo passado, que insiste em voltar
E correndo pelo corredor escolho a próxima porta
Sabendo que o hoje sempre será o amanhã do ontem
Perdido no tempo, perdido no espaço, mas caminhando
Passando do rascunho até a arte final, seja com o bem ou com o mal
O que importa é seguir sempre em frente, construindo um caminho...
Sem me importar com o começo
Sem me importar com o meio
Esse é o fim...
Marcelo Diniz
segunda-feira, 19 de abril de 2010
Aéreo !
" Vou acabar com a lucidez,
quem sabe dessa vez eu não volte mais
E não tenha que enfrentar o anjo negro novamente
Quem sabe a janela da vida não se abra,
e me leve
Me leve para voar em volta da lua,
para sempre..."
Marcelo Diniz
domingo, 18 de abril de 2010
Abstrato
Trêmulo labio, tempo curto
Que seja, se tiver por onde
Que tenha, se fizer na fonte
Queda livre
Rumo ao centro
Buracos, muros, farpas
Queda rápida... mutação
Já não sou mais eu
Sinto particulas espalhando
Misturando com tudo ao redor
Agora sou ar
Abstrato
Mais abstrato ainda
Absorva
Precise
Sinta
Me respire "
Marcelo Diniz
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sábado, 17 de abril de 2010
Platônico
Ponteiros de um relogio
Tic tac incansável
Horas e horas, algumas a fio
Por duvidas, uma quase pura certeza
Um pedaço de mim
Raio de luz
Bate, acelera, explode, transborda
Um trem, até a ultima parada
Sentimento platônico
De um até então ... nada
Não é um jogo, nao tem empate
Um pedaço de mim
Raio de luz
Ainda bate
Será o poeta um fingidor?
Será que bate sem doer?
Será que dói de desamor?
Ou será que ama, sem saber ?
Entre a esperança e a razão
Com auto-controle de monge tibetano
Escrevendo ao bel prazer
Sem métricas, sem rimas
Com muito "EU"
Com muito "VOCE"
Sentimento platônico
Puro, com virtudes
Parafraseando Pessoa
O poeta é um incondicional
Mensageiro dos desejos
Tanto platonico quanto real
Obrigado poeta ... obrigado " Pessoa "
Marcelo Diniz
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sexta-feira, 16 de abril de 2010
A paz!
Mas qual delas ?
A paz de espirito ?
A paz eterna ?
A paz aos homens de boa vontade?
A paz interna
Que faz parar de doer
Parar de arder
Parar de sentir
E no fim, já em paz
Parar de ser !
Por puro e simples capricho
De um estar, errado ! "
Marcelo Diniz
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quinta-feira, 15 de abril de 2010
Os ventos
Por horas uivantes
Inconstantes
Pensamentos tortos
Revivendo os mortos
Tal qual a Vênus
De pura energia
Cativante
Inconstante
Por horas uivantes
Em ventos distantes ... "
Marcelo Diniz
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quarta-feira, 14 de abril de 2010
No meio do telhado
O telhado no caminho
O caminho das pedras
Pedaços e cacos
De uma ansiedade constante
Em tortuosa reta, e distante
No meio do telhado tinha uma pedra
Que ja foi dificuldade em meu caminho
No meio do caminho tinha um telhado
Com teto de vidro, teto assustado
No meio da pedra, e despedaçado
Gélido e a pulsar
Já pulsa sem um caminho
E sem telhado para quebrar "
Marcelo Diniz
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terça-feira, 13 de abril de 2010
Santa inocência
É porque tambem faz parte de nós
Repousando de uma inquieta
E turbulenta radiação solar
E a radiação solar por sua vez
Tambem faz parte da natureza
Em camadas atmosfericas
Enfraquecidas pelo tempo
E o tempo, esse é implacável
Pode ser nosso melhor aliado
E tambem nosso pior inimigo
Em estado de espirito alterado
O que separa a porta da sua percepção?
A mão, a maçaneta, a intensidade
Os problemas sempre se repetem, sempre iguais
Mas cada vez que aparecem, nos pegam de surpresa
Santa inocência! "
Marcelo Diniz
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segunda-feira, 12 de abril de 2010
Buracos
Quebrado, caido para o lado, sem sonhos
Só me resta puxar o gatilho e me libertar
Um tiro de misericórida bem no meio da cabeça
E pronto, acabei de livrar o mundo de uma praga
Um doença incurável, uma fera indomável
Apenas mais um numero, talvez um zero a esquerda
Outra alma perdida em meio a tantas penadas
Uma lama escorrida, um pedaço do nada
Anjos tortos que não sabem voar, e pulam
De cima da montanha, esperando a salvação
Esperando uma corda, esperando uma mão
Pedaço de um papel rabiscado, que ninguem mais lia
Sangrando depois de morto, e ainda assim doia
São feridas que não cicatrizam, feridas frias
Buracos profundos, cheio de carne podre
Que sempre engoli e nunca consegui jogar pra fora
Buracos na alma, se é que a alma fura
Buracos de covardia, buracos de bravura
Palavras de um poeta choradas sob a luz da Lua
Buracos imundos que não parecem ter fim
Buraco de uma lápide que parece feita pra mim
Buracos no céu, mas a essa altura tanto faz
Buraco de um tiro............ * .............!!!
Aqui jaz... "
Marcelo Diniz
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