E mesmo que eu pudesse falar
A lingua dos homens e dos ratos
Jamais conseguiria entrar no mais sórdido buraco
E sem entender o porque dessa necessidade sombria
O porque dos caninos clamarem por sangue, e arderem em chamas
Tentando negar algo que está sendo mais forte
Algo que sempre esteve em mim, desde os primórdios da carne
Em tempos remotos, tempos de seca, nada saciava a minha sede
Nada fazia a inquietação parar, a vontade de ir além
De voar como uma águia, a procura de sua presa, fácil, indefesa
De voar para dentro, de descobrir o que eu sou ? porque eu sou ?
Procurar outros mundos, de voltar para o além, para devolver tudo
Todas as vozes que sussurram no meu ouvido,
Que não me deixam dormir
Que me acusam, que me culpam de algo que eu fiz,
Mesmo sem eu saber o que é
Noites estranhas, e na manhã seguinte o corpo todo dolorido,
As vezes rasgado
E sempre quando vejo o sol me esqueço
De tudo o que aconteceu na noite anterior.
Sempre... até quando ? , por enquanto...
Marcelo Diniz
www.marcelodiniz.net
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