No baú das minhas coisas do avesso
Já guardei um punhado de noites
Das viradas em claro, lágrimas cristalinas
Das chapadas, entorpecidas
De loucuras inconsequentes
De uma juventude fria
Em tempos e fatos quentes
Ardentes cartas que nunca foram entregues
Em lembranças tortas e remotas
De uma angustia solta, e afogada
Em outra dose de amargura
Guardei muitas fotos, de vários tamanhos
E de várias épocas, diferentes dentro da mesma semana
Outras em invernos distantes
E olhando para elas, reparei
Que tal qual o retrato de Dorian
Vai ficando tudo assustador
Tudo enrugado
Feio em seu espaço
E tudo ao redor então apodrece
Na mais solene calma
O tempo e os erros...
Marcelo Diniz
www.marcelodiniz.net
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