domingo, 30 de dezembro de 2012

A/C Quintana, com carinho!

Queria ter essa calma
Serena, feito o Quintana
Vestir a esperança
E pular da sacada, do quinto andar
Cair desfacelado
E quando não tivesse mais remédio
Abrir o olho sorrateiro
Num salto, de pé
Com um sorriso faceiro
Sair correndo em disparada
Distraído tropeçar
Rolar pela escada
E de novo levantar
Sem precisar de ajuda
Sem qualquer que me socorre
Caminhar com a perna quebrada
Pois estou vestido de esperança
Sou o último que morre !

-Que 2013 seja um ano de esperança, que seus sonhos virem metas e que suas metas virem fatos !


Marcelo Diniz
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Em capaz idade

Estranho tempo presente
Enquanto ela toma
Uma cerveja gelada
Eu sento defronte
Com meu café quente

Cabeças ausentes
Pensante
Demente

Estranho em tempo
Presente


Marcelo Diniz
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quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Num outubro !

E um dia ela me apresentou
- Esse é o poeta.
Eu retruquei
- Mas o poeta é um fingidor
...com olhar raivoso me fitou
- Não é nada

Parafraseando Pessoa
Triste fim seria
Negar que sou poeta
Diante de tais olhos
...minha maior poesia


Marcelo Diniz
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segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Vontades...

Vontade de ver tanta coisa
Vontade de ser tanta coisa
Vontade de ver muita gente
Meu coração de leão tem mais...
Vontades ...do que se sente
Vontades de tempos atrás
Vontades de tempos na frente


Marcelo Diniz
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quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Cinza

E jogando as migalhas
Na manhã de algum dia
Perguntava aos famintos passáros
- Quem matou a poesia?


Marcelo Diniz
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segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Aplausos

O artista não quer aplauso
Também não quer fama
E tem alguns
Que nem querem nada mais
O artista de fato
Aquele que leva o afeto
Só deseja que um dia
Alcance alguma paz !


Marcelo Diniz
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sábado, 15 de dezembro de 2012

Um sorriso

E essa é para você
Que lembra de passar aqui
Que lembra de vir me ler

Tão raro hoje em dia
Um mundo que lembra
Um mundo que sinta
Um mundo que tenta

Brilha em neon escuro
Do tipo violeta
Mesmo que não importe a cor
Mesmo que não importe o fato
Brilha um sentido alegre
Mesmo que o mundo não se importe
Sentimento saltitante
Eternamente grato !


Marcelo Diniz
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sábado, 10 de novembro de 2012

O bem querer



Impressiona o fato de que nem sempre depende do nosso querer, a energia tem força cíclica em vontade própria, fator inconstante feito o Sol nas peças pregadas pelas nuvens, radiante, oculto, figurante em alguma imensidão azul.

E não é só querer bem, é desejar que o “querer bem” tenha a providência divina na nossa minúscula existência, essa é a esperada ocorrência.

Feito um eco, em agonia, desejar um bem maior, seja divino ou não, do tempo que te resta, se é um dia mais, uma noite menos, uma questão de opinião, um bem querer além do bem, além do querer, além do não, apenas bem querer, então!   


Marcelo Diniz

No ano dos meus 33...



Acho que de todos os fatos, de todas as coisas, de todos os cheiros que eu sentia no ar, dessa volúpia de idéias, de mente inquieta, tudo misturado, de todas as coisas que começam, a única certeza é que um dia teriam que terminar, acho que é o tal do ciclo natural, e veio então o mês de novembro, do ano dos meus 33, para me mostrar que isso não era um grande mal.

Somos feito momentos em fagulhas no ar, brilho cintilante no topo do céu, feito aquela estrela que segue a brilhar, a estrela que já acabou, e ninguém veio te avisar, estrela de papel.

Cada final é uma vitória, dever que se foi, uma luz para um próximo começo, o caminho aberto para uma nova estrada, um pedaço de tudo num monte de nada.

E no ano dos meus 33 entendi que não basta ter grandes idéias, grandes projetos, é fundamental que se tenham também grandes conclusões, que seja um grande fim para justificar tanto meio, fazendo o que parou pela metade concluir o momento por inteiro!


Marcelo Diniz

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Finados

Canta com melancolia de blues
Num triste feriado
A cigarra, agora viúva
Que teve seu marido fumado...



Marcelo Diniz
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quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Entre Laços

E de tantos entrelaços
Acabamos virando nó
Desses que enroscam na garganta
Que descem raspando
Doendo
E num súbito de pressão
Tal qual espirro violento
Espalha no ar
E some, feito pó

Agora era um laço
E só...


Marcelo Diniz
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terça-feira, 23 de outubro de 2012

O fim em todos os meios...

E na noite de chuva
Sentada frente ao espelho
Chorava doces vontades
Sangrava em orvalho vermelho

Aponta para o céu
A ponta
De toda energia
Que desponta

E parte feito rabo de cometa
Parte aos poucos
Parte as partes
Em novo planeta


Marcelo Diniz
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sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Coração de Leão !

Entre o mar e o céu
Um elo
Entre o bem e o mal
Esmero
Entre o sim e o não
Espero
Entre a calma e a fúria
Um berro

E dos anjos caídos
Feito sonhos largados
Despercebidos e desgarrados
Com coração de leão
Desenterro !


Marcelo Diniz
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terça-feira, 2 de outubro de 2012

Capa & Espada

Dos tempos da capa e espada
De outrora nos pensamentos
Sem capa me despia para o céu
A espada fria e afiada
Feito palavra falada
Cortava o tempo
Riscava o momento
Espalhava feito nada

Nos tempos da capa e espada
Nas florestas com o alazão
Súbito e certeiro
Feito vento
Faceiro e ríspido
Rio ribanceiro
Transbordava saudades
Tal qual dor, no coração !


Marcelo Diniz
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domingo, 16 de setembro de 2012

A voz do silêncio

Cansada
Das manhãs vazias
Das horas tardias
Da espera ilimitada
De todo o silêncio trancado
Nas palavras guardadas
De um Sol cinza
Embasbacada de certeza
Na fonte tristeza
Engasgada


Marcelo Diniz
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sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Mil anos atrás

Como se tivesse sido
Em alguma vida distante
Napoleão, Hitler
Ou estelionatária cartomante

Tipo carrasco
Que enforca, esquarteja em fração
Agraciado com a hojeriza do mundo
Só que... não


Marcelo Diniz
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quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Migalhas

Vez ou outra aparece por lá
Um periquito sorrateiro
Que cansou de ser prisioneiro
E decidiu que iria voar

Voa manso e come as migalhas
Arisco ainda, na tenra idade
Feito eu, perdido no céu
Caçando em migalhas...
...a sua saudade


Marcelo Diniz
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quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Em frente ao portão !

E no chão da sua vida
Deixei uma bala perdida
Na frente da sacada

Passante bela perdida
Do sorriso de esmeralda
Me perco pelos dias

Bela passante das minhas feridas
Sempre que dói passado distante
Voltas confusa e constante

Bela perdida, da minha vida...


Marcelo Diniz
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segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Pensamento !

Já nem quero saber
De onde venho
Para onde vou
Quem fui, serei ou sou
Acho que sou um pensamento
Perdido na cabeça
De bons momentos
E antes que se esqueça
Passo na vida
Marcando os passos
Com algumas feridas
Feito rota vencida
Na jaula
Fera... ferida!


Marcelo Diniz
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terça-feira, 28 de agosto de 2012

Antares

Em saudade vermelha
De tempos além
Corre em nebulosa
Estrela passageira
Explode momentos
Incertos constantes
Rabo flamejante de cometa
E passa no vazio, de forma cortante
Distante, preciso
Instante, preciso
Restante...


Marcelo Diniz
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segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Equo !

Em galopes, disparada
Crinas ao vento
Rumo ao nada
- Corre liberdade!
Era um grito de angústia
Veloz feito a saudade
De cada sonho, que vira ruga
Sincero feito a coragem
De cada sopro
De cada rosto
... em cada fuga!


*Dedicada ao amigo Smile Delacoeur


Marcelo Diniz
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Um soneto com açúcar ou um café com afeto.


Rotineiro meu rumo em busca da lua, sair feito lobo atraído pelo brilho que reflete pra cá, buscar poesia no grande nada cinza, e escrevo tantos sonetos pelas ruas que devo até ter um livro de caminhos...

Em uma dessas, parei para tomar um café num canto qualquer da vida, e foi inevitável escutar a conversa da mesa ao lado, principalmente pela tranqüilidade do local naquele dito momento, palavras ao vento que ficaram por um tempo ecoando em meu pensamento, e na falácia: - Quer rir um pouco? Então leia aqui as mensagens que ele manda no meu celular.

Enquanto eu despejava o açúcar nas veias da minha cafeína, observava o riso maléfico no canto do lábio da doce menina, ...das doces meninas e de quantas vezes eu já fui o “ele” da mesma epopéia... e girava a colher, girava o açúcar, girava o mundo, e inquietava a cabeça.

E de tanto pensar e me perder nas idéias, acho que desde o dia em que o fluxo me pariu, já até perdi as contas de quantas vezes tomei o café, depois que ele já estava frio.


Marcelo Diniz

Visceras

Respire fundo, por pouco tempo
Engula
Rasgue
Puxe
Bata
Grite
Sufoque
Aperte até não mais poder

E no fundo, aquela dor na cabeça
Era só uma víscera arisca
Um desejo reprimido
Homeopatico comprimido
De beleza sonolenta


Marcelo Diniz
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quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Nas jaulas da liberdade...


Sempre me incomodei com duas situações, pessoas que se despedem falando “namastê”  e pessoas que gostam do Pink Floyd sem o Roger Waters, não que tenha algum motivo sólido para isso mas é que situações assim me parecem um tanto quanto forçadas, é como manter um quadro do Osho numa sala de guerrilha, onde generais tiram par ou ímpar para decidir quem aperta o botão da bomba H, guerras pela paz, o extermínio do inconsciente coletivo na busca de um consciente subjetivo.

E por algumas horas naquela tarde era o Osho que me falava – Vá tomar um café meu rapaz, esqueça esse papo de guerra, você é um aprendiz nunca foi soldado, deixe essa besteira para os que pensam que o trono é dos generais, vá tomar um café e mesmo se for com açúcar, tome seu café em paz!


Marcelo Diniz
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O melhor amigo !

Onde esteve grande irmão?
Me responda: porque some?
Se do cão foste o melhor amigo
Num dia de seca
Procurando abrigo
Se foste cão
Veria num ser perdido
O melhor amigo
Mesmo que esse
Fosse um homem?


Marcelo Diniz
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segunda-feira, 13 de agosto de 2012

O que você salvaria?


De uns tempos pra cá comecei a sentir necessidade do cheiro das ruas, de queimar aos poucos a narina com o diesel que desprega do chão, de ver as coisas, as pessoas, as luzes da cidade, é como se fosse uma forma de me absorver por ai, um cara que se espalha tanto, aos montes, tanto quanto pode, às vezes sente falta de ser quem já foi, de ver quem já foi, de ter quem já foi, é uma mistura de euforia com saudade, afinal mesmo que a porta esteja fechada, a janela fechada, o galpão fechado, a rua está lá, sempre aberta.

Tempos espalhados, tempos quebrados, mas eu sempre passo para recolher meus cacos, ou deixar mais, enfim... são tempos de constante mutação, o que hoje é fogo, amanhã pode ser gelo ou sumir no ar, feito combustão!


Marcelo Diniz

Ardia

E de todos os meus defeitos
Esse de ver rostos no céu
Era o que mais doía
Atirava-me para fora
Sentia o cheiro dos tempos
Caminhava pela rua
Mas sempre que me ardia a lembrança
Era o seu rosto
...que brilhava
No meio da lua...


Marcelo Diniz
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terça-feira, 7 de agosto de 2012

Ensaio sobre o sorriso !


O amor, certamente é o sentimento mais puro e sincero entre todos os seres viventes, mas isso não quer dizer que seja apenas um sentimento bom, o amor por vezes é triste, é uma renúncia, é uma escolha, é uma troca, em miúdos é um sentimento coletivo, afinal até o amor próprio existe em relação a sua imagem perante o outro, ao mundo, ao tempo.

O que nós procuramos não é um amor para a vida toda ou o grande amor da nossa vida, afinal somos seres únicos vivendo em subsistência com outros tantos, sejam da mesma espécie ou de outras, e na singularidade desse fato o que nós buscamos é a felicidade, os momentos de pura alegria, de sorrisos, de endorfina que acalma sua cabeça cansada, por vezes ela pode estar no amor, mas em outras pode vir na forma de um tanque cheio, de uma cabeça vazia, de uma cama macia, um abraço apertado, de um prato cheio, de uma saudade tardia.

Vivemos de momentos, por todo o tempo, somos um espasmo de momento na grande linha do mundo, e na singularidade desse fato, perante o tempo somos todos iguais, seja você um magnata, um primata, uma árvore ou um vagabundo.


Marcelo Diniz

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Poemas ao luar...

Me apaixonei por uma poesia
Me tornei fogo
Queimava feito brasa
E até em noite fria eu ardia

Culpa da LUA
Em noite de rua cheia
Me tirava do rumo
Do escuro do mundo
E por dentro do muro
Me soprava em encantos
Com olhos de sereia...

Lua cheia e ardilosa
Circulando o lado do sorriso
Me enterrei na sua cova
E desde então, tão impreciso
Quando a lua é cheia, eu esvazio
Lua nua, rua cheia
Numa noite amarela
Quando brilha lua cheia
Nua e singela, mente nela...


Marcelo Diniz
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terça-feira, 10 de julho de 2012

Aonde quer que eu vá...

E o meu único erro
Foi querer achar respostas
Antes de me perder
Saber onde era a saída
De cada corte da navalha
Pingando em caminhos de vida

E o meu único erro
Foi achar que sabia
Da maré em calmaria
Se fez tufão

E o meu único erro
Foi não ir...


Marcelo Diniz
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segunda-feira, 9 de julho de 2012

Infernus

Desce a tarde de inverno
Tempos tortos de estação
Brilha a estação do inferno
Trinca ao meio coração

Passos largos
Afago
Copos rasos
Afogo

E de mágoa em mágoa
O carinho
Enche o saco...


Marcelo Diniz
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terça-feira, 3 de julho de 2012

Menina dos olhos

Menina dos olhos de lua
Dos meus passos perdidos na rua
De um piano que entra na janela
Menina dos olhos
De lua cheia
De lua dela

Menina dos olhos de lua
De um encontro casual
E cada vez que eu virava a esquina
E tomava outro tapa da vida
Era seu gesto de anjo
Que me tirava todo o mal

Menina dos olhos de lua
Com um confuso olhar de certeza
Paira por sobre meu muro
Me joga nos sonhos
De todo o meu mundo
Em pesada leveza...


Marcelo Diniz
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quarta-feira, 20 de junho de 2012

Invernal

Frio passa lá fora
Ouço o vento da janela
Trepida a folha
Balança a árvore
Treme a vida dos humilhados

Vento passa lá fora
Ouço o frio da janela
Trepida a pálpebra
Balança as artérias
Vida fria, tremo nela


Marcelo Diniz
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terça-feira, 19 de junho de 2012

De hoje

Já leu uma poesia hoje?
A poesia de toda a sua vida
Que fale dos seus amores
Dos desamores
Até das feridas
Do tamanho de um mundo
Que cabe na palma da mão
Poesia em guardanapo
Em folha de árvore
Em papel de pão
Poesia sincera
Por vezes singela
Que fala de adeus
Que fala de espera

Já leu uma poesia hoje?
Dessas de momento
Alguma que me leve na memória
Ou até no esquecimento...


Marcelo Diniz
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sexta-feira, 15 de junho de 2012

E lá estarei...

- Minha vida é um livro escrito e um blog aberto...

quinta-feira, 14 de junho de 2012

A Dor

"A dor é como uma caixa, onde você guarda os cacos de tudo que te furou..." , pensei em arriscar escrever algumas crônicas, divagar em idéias mais extensas o que as vezes fica suspenso nas entrelinhas de cada poesia, sobre a poeira da reflexão, aquele grão que cai no espelho, e reflete mais que você até que te engole, tal qual a pedra que tinha no meio do caminho, pensei em falar sobre a dor ou em falar sobre o carinho... do quanto a gente tenta, corre, chega... mas parece que nunca é capaz ...  dessa dor que nos trata como se fôssemos um qualquer, que nos pega por simples capricho da (in)natureza humana, essa dor com sentimento de tanto faz .. mas enfim, só pensei.

E acho que pensei alto demais...


Marcelo Diniz
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Psico-Patologia

Ali
Nem lá
Nem cá
...em si


Marcelo Diniz
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Terça de cinzas

Quanto vale um risco?
De tantos, montes
Lembranças de carnaval
Um folião triste
Lágrimas ou chuva
E na terça eu era cinza
Me rasgando
Hermano
Me restando
Sombreiro
E do bloco desafinado
Me restava
O bloco inteiro


Marcelo Diniz
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domingo, 10 de junho de 2012

Nota Mental

Esbravejava cheio de razão:
- Poesia não é coisa para macho, larga disso, vê se some...
E na calma tibetana:
- Tens razão, poesia não é coisa para macho, poesia é coisa para homem

Argumentando com palavras sinceras,
Enquanto outrem cheio de razão,
Retirava-se cabisbaixo e lacrimejante,
Indo ligar seu entretenimento
Em qualquer televisão.


Marcelo Diniz
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sexta-feira, 8 de junho de 2012

Mais do mesmo? ( !!! )

Uma nova cara, uma nova história repleta de estórias...

Fico pensando as vezes no quanto isso acaba sendo uma repetição de mim mesmo, dos tantos eus espalhados por mim, dos tantos meios sem aparente fim... mas nunca deixei de ser sincero, seja ficção ou realidade, sempre repleto do eu que transborda em sinceridade, dos fatos, dos casos... sou feito rio, peneirando o fundo, permeando o raso.

Nova fase, nova onda... mais do mesmo, até que a sorte nos separe!

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Algodão


Poesia doce
Que amarga a lembrança
Doce como o vento
Das tardes de criança
Doce como o rio
Que escorre pelas mãos
Doce como o tempo
Doce ilusão


Marcelo Diniz
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sexta-feira, 1 de junho de 2012

Tiro no pé

Pensas que é a sogra
A grande cobra
Dessa novela ?
Não se engane meu amigo
Ainda terás que passar
Pela irmã mais velha


Marcelo Diniz
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quarta-feira, 30 de maio de 2012

Tinha uma pedra no meio do carinho...

Amo como ama o amor
Muito antes de você
Muito antes de mim
Feito pétala que cai
Feito rosa de Hiroshima
Despedaçada, no fim

Amo como ama o desejo
Por dentro da dúvida
Por fora do risco
No meio da rua
Cambaleante meio-fio
Queima roupa, sangue frio

Por todo o caminho
Com a cabeça cheia
De vontade vazia
Amo como ama um qualquer
Tenso e intenso
Tal qual toda poesia


Marcelo Diniz
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domingo, 27 de maio de 2012

Horas

Horas de um relógio que bate
De uma noite que acaba
De uma semana que começa
Há tempos são
Horas de não

Do tempo que passa
Do riso que fica
De quanto dói uma saudade
Ainda que em vida
Horas em vão

O tic tac do batimento
Cardíaco

Horas que ficam
Horas que vão
Horas que passam em vão

Até o próximo segundo...
Por todo o mundo


Marcelo Diniz
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Calendário Inconstante

Constante, todo instante
Era dessa sensação
Que eu escapava
Me tornei um livro
Para não ser página virada
Que nada
Quase ilusão
Página rasgada
Livro guardado
Rabiscos cansados
A dor do vazio é fácil
O que machuca é tapar os buracos
Reconstruir os farrapos
Desse pobre músculo
Em cor, em ação


Marcelo Diniz
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sábado, 12 de maio de 2012

Do Nosso Amor (D.N.A.)

Mãe
É anjo sem asa
É vaso de rosa
Na porta de casa
É blusa no frio
É calmaria na margem do rio
É bolo de chocolate
É cheiro de ternura
É pipoca no sofá
É a vida dentro da vida
É a paz na amargura

Criar um ser assim
Que é só amor e esperança
Mostra que Deus (até esse dos ateus)
É na essência
Uma eterna criança !


Marcelo Diniz
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quarta-feira, 2 de maio de 2012

Ofício da reflexão

Dias em que a sensação
Do vazio
Causa enorme paz

Dias em que a sensação
Do vazio
É o maior tormento

Pequena risca é a linha
Que separa os lados do espelho
Do grande mundo colorido
Do ofuscado e embassado
Do pedaço caído, despedaçado

Pequeno risco é o sentir
Que separa os lados do espelho
Que espalha o mundo alheio
Dos dois lados me perco no meio
Sem saber, sem pensar, sem sentir
Triste ofício do espelho...
...refletir !


Marcelo Diniz
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terça-feira, 17 de abril de 2012

Deus Não Acaba

Diga aos cantos
Numa onda de vontade
A hora que te brota saudade

Descubra aos poucos
Navegando por veias remotas
Aquela que pulsa, apesar de morta

Divida aos montes
No tanto quanto possa
A hora que brilhar resposta


Marcelo Diniz
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segunda-feira, 9 de abril de 2012

100...tenç(s)a

Isso não é justo
Sendo expelido
Palo seco
Contra o muro
Cai do teto
Canto escuro
Aperto no peito
Nó na garganta
Brotando em chagas
Já fracas
Goela lisa
Escorrega
Na lãmina que pisa
Aos cacos
Caleidoscópio de trapos
E farrapos


Marcelo Diniz
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sábado, 31 de março de 2012

Vira Lata

Vou me rasgar em versos
Me espalhar pelos cantos
Me formar desconexo
Em um triste engano

Quem sabe lá do alto
Do alto da minha incerteza
Algum ponto comum
Faça do cinza
Lugar de clareza

Tal qual os ventos das tardes
Que chacoalham as folhas mortas
Tal qual um cão vira lata
Que passa pra lá
Passa pra cá
Passa... e não importa !


Marcelo Diniz
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Manchada

A inspiração não é constante
E nem é distante
Já está tudo dentro
Apenas salta aos poucos
Homeopaticamente controlada
Para sair sem machucar
Cada frase é como um tiro
Cada palavra é uma facada
E cada momento
Desses que não foram
Feito lágrima salgada
Que te escorre em meio rosto
E pinga então na folha
Deixando a idéia manchada!


Marcelo Diniz
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Outono Embargado

Era isso
No fim das contas
Um coração transbordado
Nos ventos de fim de tarde
De um outono embargado
Como um nó na garganta
Naufragando em arrepios
Cada sopro
Cada tarde
Cada momento febril
Delírios, confusão
Gelado momento
Introspecção
Introspecta solidão
São...


Marcelo Diniz
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Girassol

E os cabelos de rainha
Feito girassol rodado
Em saia hippie
Dos desenhos borbados
Por hora paz
Por hora amor
Por hora o mundo todo
Na palma da mão
Num piscar de olhos
Na fumaça do cigarro
Dos desejos platônicos
Em coração aberto
Acampado!


Marcelo Diniz
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Lateral Janela

E lá estava eu perdido
Nos versos do Clube
Passeando na frente
Da janela lateral
Da varanda do seu quarto
Dos temerosos momentos
Que a independência
Maldita, proporciona
...sem rumo
Cão sem dono
Passando pela janela lateral
Velando de longe
Seu sono...


Marcelo Diniz
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terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

O Céu Chorou

Num dia em que o céu
Chorou a tarde inteira
Da rua formou-se o rio
E na esquina findou-se barreira

Passa um barco...
Passa um dia...
Passa um tempo...
Agonia

O azul dos teus olhos
Em cinza do céu claro
Choro em gotas pelo rio
Lágrimas limpas de orvalho!


Marcelo Diniz
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sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Retratos

Queria ser em branco e preto
Um retrato honesto
Sem falsas volúpias
De cores sem sombras

Um puro e simples retrato
Do que eu já fui
Do que eu serei
Em branco e preto, honesto
Sem formas, desconexo
Nada além de uma verdade
Bruta, imprecisa
Pouco absoluta
Indecisa!


Marcelo Diniz
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domingo, 12 de fevereiro de 2012

Duras Penas

Se ao menos eu soubesse
De que lado vem o soco...

A impotência frente ao acaso
Sempre me deixou tenebroso
A queda, e toda sua incerteza
De forma bruta em leveza
Fratura exposta, rígida
Ou bruta e inconstante fraqueza

E se eu abaixo, e brota do chão?
E se eu pulo, e me rasga pelo céu?
E se eu fico imóvel
E pulveriza feito idéia errada?
E se eu fosse chumbo, numa queda,
A duras penas repartindo um corpo?

...se ao menos eu soubesse
De que lado vem o soco.


Marcelo Diniz
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Aquíles

Triste sina
Uma elite burra
Profana e entorpecida
Cada poça de momento
Eram gotas a menos
De uma quase vida
Perdida, em blocos

Alfinetadas no calcanhar
De Aquíles
Pontiaguda certeza

De um Sol que brilha
No meio da noite
Sem conseguir chamar a atenção
Até que a alvorada
Nos separe


Marcelo Diniz
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Cadente

Já que no fim
É sempre o mesmo começo
Já não tenho os pilares
E ainda estou do avesso
O rumo é o mesmo
A casa está lá
Mas, a que preço ?
Parece que é tão fácil
Pareço tão perdido
Já fui bem mais intenso

Mas até as minhas entrelinhas
Ganharem corpo e saltarem
Farei caixas transparentes
Para guardar meus muros
Minhas grades
De forma cadente

"De forma cadente - Decadente forma"


Marcelo Diniz
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Rosa da Morte

Fomos rosas, fomos roxas
De caule espinhoso
De aroma intenso
De folia em solo firme
Digeria em cada momento
Até que não suportou
Jogou para fora
Expeliu de forma súbita
Por todo o ar
E o que era roxo
Do rubro tomou forma podre
Escureceu feito breu
Medonho e pavoroso instante
Fitava com os olhos
Ludibriados de mal
Soprava em suspiro frio
Um suspiro fatal.


Marcelo Diniz
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Quantas?

Dessa polivalência

Em partes me assusta
Em partes me irrita
Em partes me alegra
Em partes me conforta
Em partes me confessa
Em partes me provoca
Em partes me confunde

E eu não sei
Em qual delas me perdi?
Por qual delas me apaixonei?
Em quantas delas vou sucumbir?

Enquanto o mundo vem caindo
Feito vitral antigo
Pedaço por pedaço
Na minha cabeça...


Marcelo Diniz
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sábado, 11 de fevereiro de 2012

A Dor

E hoje tive certeza
Que rimas e versos
São inúteis
São ventos no rio
Contra a correnteza
Não que isso seja
Uma verdade absoluta
Nem que vá tirar
Qualquer fôlego da minha luta
Mas dói, mais intenso
Pedaços da carne, do meu coração
Pingando das unhas
Volúpia tortuosa
E então a dor, agora chega
Me ataca, corroe
É uma dor, que sem piedade dói
Que pinga
Que fura
Tortura...


Marcelo Diniz
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Gostar

Gosto tanto
E nem sei porquê
E de tanto tentar entender
Resolvi gostar
Sem nem saber
Perguntas ou questões?
Melhor esquecer
Gosto por simples gostar
Por simples querer
Por ser

Gosto de um tanto
Que sou capaz de gostar
Por mim e por você

Um gostar sem fim
Sem delongas
Sem perguntas
Enfim...


Marcelo Diniz
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sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Gotas No Asfalto

E na noite fechada
Em que a Lua chorou
Sem rumo vagando
Correndo, andando
Guiado pelo som
Que pulsa firme
Bate fundo
Chame e volta
Grita por nós
Guiado pelas gotas
De choro da Lua
Do asfalto na rua
Do som da sua voz!


Marcelo Diniz
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quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Claro e Evidente

E lá vinha novamente
Seus olhos de lua cheia
Me perseguindo
Pelo meio da foto
Claro e evidente
Seu sorriso frio
Curvando a boca
Sem mostrar os dentes
Presente tenso
Triste ternura
Do velho retrato
Eu não servia nem de apoio
Nem de moldura
Nem de vazão
Do velho retrato
Me restavam seus lindos olhos de Lua
De Lua cheia em vão!


Marcelo Diniz
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quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Neblina

Coisas que passam
Momentos que vão
E eu ainda continuo sem entender
A partir de qual momento
Começamos a nos perder?
Feito fruta madura
Passando para outra estação
Lugar vazio, lugar nenhum
Gela sem tremer
Passando do ponto
Quase um apodrecer
De uma manhã sem graça
Sem praça
Sem nuvem, sem cinza
Um amanhecer, triste e azul
No meu temporal, neblina!


Marcelo Diniz
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domingo, 29 de janeiro de 2012

Anjos & Pássaros

Voam livres vira-latas
Pelo azul do céu chuvoso
Como um renegado
Que acorda pela praça
Em galho firme
Prepara o pouso

Triste céu de tempos malucos
De grão em grão constroem muralhas
Então rastejam pelo chão
Do fundo do ser, em clemência
Ciscando o amor (demência)
Em algumas migalhas

Tenha fé
Pegue um ramo
Siga a pé
Voando!


Marcelo Diniz
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Sopra a brisa

Com a mesma velocidade
Que as idéias aparecem
Elas também somem
Deixam a porta aberta
E desaparecem

De onde vem a poesia?
Que me sopra no ouvido
E despeja no papel
Casos e acasos já vividos

Para onde vai a que eu não pego?
Que aparece no meio do sono
Como brisa em onda, bate e volta
E vai repousar... em outra ilha!


Marcelo Diniz
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sábado, 28 de janeiro de 2012

Entre Muros

Até a rua fica mais quieta
O Sol do ano bissexto
Cai um pouco antes
E deixa minha paisagem incerta
O copo meio vazio
De um café um tanto frio
Perdido na janela
Observa de camarote
A triste calma
Do silêncio da alma
Da última curva
Aquela, em que perdi o rumo
Que me tirou de cena
E devagarinho
Em cada tijolo
Me trancou n'outro muro


Marcelo Diniz
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Arredio

Coração vadio
Arde em desejos insanos
Tortos e cansados
Queima o frio
No centro do inferno

Coração vadio
Me aquece no outono
Me derrete no inverno
Pirado e penado
Sepultado coração gelado

Coração vadio
Sangre e seca
Até morrer, vazio


Marcelo Diniz
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terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Um dia desses...

Perdido numa crônica urbana
Da selva de pedras
Das tardes humanas
Perdido num labirinto
Paredes e muros
Tardes sem fim
Perdido num conto
Labirinto de mim ...


Marcelo Diniz
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Resquício

De energia pura
Que esvazia no abismo
Corroe, destrói, cansa
Cada vez que desço
Para buscar outra perdida
Em chamas de angústia
Das almas da vida

Triste ofício, difícil
Ao menos se fosse anjo
Com regalias do DIVINO
Mas nem resquício

O tormento são os outros
Aos poucos
Aos tortos

Aos tantos que se perdem
Aos prantos, despedem...!


Marcelo Diniz
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Equinócio

Seja
Perceba
Esteja
Entenda
Despeja
Receba
Estenda
E ao menor sinal
De que deve faltar o ar
Beija

Depois respire...


Marcelo Diniz
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segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Estrela Entrelinha

Escrevo nas entrelinhas
E você pode entender o que quiser
Leia também nas entrelinhas
Pode ler seus desejos, devaneios ou idéias
Como se fossem as minhas
E mesmo se não for, pouco importa
Idéias são como ondas, de energia
Uma hora vem, uma hora vai
Chega na maré, bate e volta
Assim como a estrela
Que você vê, mas já morreu
A idéia volta que nem brilho
Um observa, outro absorve
Um interpreta, outro ignora
Um não entendeu, outro escreveu
E segue a luz...
Mesmo da estrela que já morreu !

"Minha estrela entrelinha, brilha e volta em outro verso, de uma idéia que já foi minha"


Marcelo Diniz
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Navegação

Passando por dias de navio
Rodeado de gente
Interditado, vazio
Cheio de ar, que segura
E flutua...
Esperando a pedra da misericórdia
Que me rasga
E fura
Afunda...
Me enche de tudo
Menos de vida
Me transbordo de você
Me espalho
Me furo
Me molho
Me falho
Num coral profundo, me calo !


Marcelo Diniz
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A ilha

A ilha não se rende
Por mais que criem muros
Que cerquem com correntes
Ilha de gente
De tempos
De grão em grão
Dos momentos bons, dos ruins
Alguns em vão
Que vaga à deriva
De pessoas
De gostos
De cores
Do cheiro da vida


Marcelo Diniz
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domingo, 22 de janeiro de 2012

Desengano

Ainda sinto
Enroscado em algum canto
A força do seu perfume
Na barba falha
Na curva do queixo
No caminho reto da lágrima
Do desejo
Em algum canto ainda impune

Ainda sinto em cada poro
Estranha certeza
De impura natureza
De ser um, de ser dez, de ser mil
E ainda assim ser único
Úmido, vivo, tenso

Sinto: odeio e amo
Tal qual impúbere desengano
Sinto...


Marcelo Diniz
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