De uns tempos pra cá comecei a sentir necessidade do cheiro
das ruas, de queimar aos poucos a narina com o diesel que desprega do chão, de
ver as coisas, as pessoas, as luzes da cidade, é como se fosse uma forma de me
absorver por ai, um cara que se espalha tanto, aos montes, tanto quanto pode, às
vezes sente falta de ser quem já foi, de ver quem já foi, de ter quem já foi, é
uma mistura de euforia com saudade, afinal mesmo que a porta esteja fechada, a
janela fechada, o galpão fechado, a rua está lá, sempre aberta.
Tempos espalhados, tempos quebrados, mas eu sempre passo
para recolher meus cacos, ou deixar mais, enfim... são tempos de constante
mutação, o que hoje é fogo, amanhã pode ser gelo ou sumir no ar, feito combustão!
Marcelo Diniz
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