Café, poesia e duas doses de ironia
E no jardim os urubus
passeiam a tarde inteira entre os girassóis
São tempos estranhos, não percebi ainda em qual momento
deixamos de ser humildes para semear a arrogância, se é que já fomos humildes,
pobres dos seres sensíveis que são catalisadores dessa energia maluca que paira
no ar, pobres seres que não sabem onde tudo isso pode parar.
E são nos atos corriqueiros do cotidiano que isso salta na
nossa frente, por exemplo, os condutores e seus veículos alucinados que avançam
no transeunte sobre a faixa de segurança, que não sinalizam com a seta qual o
caminho vão tomar, mostrando assim o quanto se importam com o outro.
Ou então o cara que trata mal o garçom, que humilha o
balconista, e até para que não fique caracterizado que isso tem relação com a
classe social também tem o vendedor que trata mal o cliente, que acha que é o
dono da loja e que está ali fazendo um favor para a gente, aliás, isso na
prestação de serviços por aqui é um ato deveras recorrente.
São tempos estranhos, mas esse é o tempo da gente... sejam
girassol que eu tentarei ser um gira-lua contente... e os urubus que passem, passam eles e ficamos
nós... as sementes.
Tua prosa é poesia pura... Amei, como aliás, aprecio tudo o que você escreve.
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