domingo, 26 de julho de 2015

E no jardim os urubus passeiam a tarde inteira entre os girassóis

Café, poesia e duas doses de ironia


E no jardim os urubus passeiam a tarde inteira entre os girassóis

São tempos estranhos, não percebi ainda em qual momento deixamos de ser humildes para semear a arrogância, se é que já fomos humildes, pobres dos seres sensíveis que são catalisadores dessa energia maluca que paira no ar, pobres seres que não sabem onde tudo isso pode parar.

E são nos atos corriqueiros do cotidiano que isso salta na nossa frente, por exemplo, os condutores e seus veículos alucinados que avançam no transeunte sobre a faixa de segurança, que não sinalizam com a seta qual o caminho vão tomar, mostrando assim o quanto se importam com o outro.

Ou então o cara que trata mal o garçom, que humilha o balconista, e até para que não fique caracterizado que isso tem relação com a classe social também tem o vendedor que trata mal o cliente, que acha que é o dono da loja e que está ali fazendo um favor para a gente, aliás, isso na prestação de serviços por aqui é um ato deveras recorrente.

São tempos estranhos, mas esse é o tempo da gente... sejam girassol que eu tentarei ser um gira-lua contente...  e os urubus que passem, passam eles e ficamos nós... as sementes.


Marcelo Diniz
www.marcelodiniz.net

Um comentário:

  1. Tua prosa é poesia pura... Amei, como aliás, aprecio tudo o que você escreve.

    ResponderExcluir