terça-feira, 28 de agosto de 2012

Antares

Em saudade vermelha
De tempos além
Corre em nebulosa
Estrela passageira
Explode momentos
Incertos constantes
Rabo flamejante de cometa
E passa no vazio, de forma cortante
Distante, preciso
Instante, preciso
Restante...


Marcelo Diniz
www.marcelodiniz.net

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Equo !

Em galopes, disparada
Crinas ao vento
Rumo ao nada
- Corre liberdade!
Era um grito de angústia
Veloz feito a saudade
De cada sonho, que vira ruga
Sincero feito a coragem
De cada sopro
De cada rosto
... em cada fuga!


*Dedicada ao amigo Smile Delacoeur


Marcelo Diniz
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Um soneto com açúcar ou um café com afeto.


Rotineiro meu rumo em busca da lua, sair feito lobo atraído pelo brilho que reflete pra cá, buscar poesia no grande nada cinza, e escrevo tantos sonetos pelas ruas que devo até ter um livro de caminhos...

Em uma dessas, parei para tomar um café num canto qualquer da vida, e foi inevitável escutar a conversa da mesa ao lado, principalmente pela tranqüilidade do local naquele dito momento, palavras ao vento que ficaram por um tempo ecoando em meu pensamento, e na falácia: - Quer rir um pouco? Então leia aqui as mensagens que ele manda no meu celular.

Enquanto eu despejava o açúcar nas veias da minha cafeína, observava o riso maléfico no canto do lábio da doce menina, ...das doces meninas e de quantas vezes eu já fui o “ele” da mesma epopéia... e girava a colher, girava o açúcar, girava o mundo, e inquietava a cabeça.

E de tanto pensar e me perder nas idéias, acho que desde o dia em que o fluxo me pariu, já até perdi as contas de quantas vezes tomei o café, depois que ele já estava frio.


Marcelo Diniz

Visceras

Respire fundo, por pouco tempo
Engula
Rasgue
Puxe
Bata
Grite
Sufoque
Aperte até não mais poder

E no fundo, aquela dor na cabeça
Era só uma víscera arisca
Um desejo reprimido
Homeopatico comprimido
De beleza sonolenta


Marcelo Diniz
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quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Nas jaulas da liberdade...


Sempre me incomodei com duas situações, pessoas que se despedem falando “namastê”  e pessoas que gostam do Pink Floyd sem o Roger Waters, não que tenha algum motivo sólido para isso mas é que situações assim me parecem um tanto quanto forçadas, é como manter um quadro do Osho numa sala de guerrilha, onde generais tiram par ou ímpar para decidir quem aperta o botão da bomba H, guerras pela paz, o extermínio do inconsciente coletivo na busca de um consciente subjetivo.

E por algumas horas naquela tarde era o Osho que me falava – Vá tomar um café meu rapaz, esqueça esse papo de guerra, você é um aprendiz nunca foi soldado, deixe essa besteira para os que pensam que o trono é dos generais, vá tomar um café e mesmo se for com açúcar, tome seu café em paz!


Marcelo Diniz
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O melhor amigo !

Onde esteve grande irmão?
Me responda: porque some?
Se do cão foste o melhor amigo
Num dia de seca
Procurando abrigo
Se foste cão
Veria num ser perdido
O melhor amigo
Mesmo que esse
Fosse um homem?


Marcelo Diniz
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segunda-feira, 13 de agosto de 2012

O que você salvaria?


De uns tempos pra cá comecei a sentir necessidade do cheiro das ruas, de queimar aos poucos a narina com o diesel que desprega do chão, de ver as coisas, as pessoas, as luzes da cidade, é como se fosse uma forma de me absorver por ai, um cara que se espalha tanto, aos montes, tanto quanto pode, às vezes sente falta de ser quem já foi, de ver quem já foi, de ter quem já foi, é uma mistura de euforia com saudade, afinal mesmo que a porta esteja fechada, a janela fechada, o galpão fechado, a rua está lá, sempre aberta.

Tempos espalhados, tempos quebrados, mas eu sempre passo para recolher meus cacos, ou deixar mais, enfim... são tempos de constante mutação, o que hoje é fogo, amanhã pode ser gelo ou sumir no ar, feito combustão!


Marcelo Diniz

Ardia

E de todos os meus defeitos
Esse de ver rostos no céu
Era o que mais doía
Atirava-me para fora
Sentia o cheiro dos tempos
Caminhava pela rua
Mas sempre que me ardia a lembrança
Era o seu rosto
...que brilhava
No meio da lua...


Marcelo Diniz
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terça-feira, 7 de agosto de 2012

Ensaio sobre o sorriso !


O amor, certamente é o sentimento mais puro e sincero entre todos os seres viventes, mas isso não quer dizer que seja apenas um sentimento bom, o amor por vezes é triste, é uma renúncia, é uma escolha, é uma troca, em miúdos é um sentimento coletivo, afinal até o amor próprio existe em relação a sua imagem perante o outro, ao mundo, ao tempo.

O que nós procuramos não é um amor para a vida toda ou o grande amor da nossa vida, afinal somos seres únicos vivendo em subsistência com outros tantos, sejam da mesma espécie ou de outras, e na singularidade desse fato o que nós buscamos é a felicidade, os momentos de pura alegria, de sorrisos, de endorfina que acalma sua cabeça cansada, por vezes ela pode estar no amor, mas em outras pode vir na forma de um tanque cheio, de uma cabeça vazia, de uma cama macia, um abraço apertado, de um prato cheio, de uma saudade tardia.

Vivemos de momentos, por todo o tempo, somos um espasmo de momento na grande linha do mundo, e na singularidade desse fato, perante o tempo somos todos iguais, seja você um magnata, um primata, uma árvore ou um vagabundo.


Marcelo Diniz

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Poemas ao luar...

Me apaixonei por uma poesia
Me tornei fogo
Queimava feito brasa
E até em noite fria eu ardia

Culpa da LUA
Em noite de rua cheia
Me tirava do rumo
Do escuro do mundo
E por dentro do muro
Me soprava em encantos
Com olhos de sereia...

Lua cheia e ardilosa
Circulando o lado do sorriso
Me enterrei na sua cova
E desde então, tão impreciso
Quando a lua é cheia, eu esvazio
Lua nua, rua cheia
Numa noite amarela
Quando brilha lua cheia
Nua e singela, mente nela...


Marcelo Diniz
www.marcelodiniz.net