quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Os Sonhos Do Mundo



Toda manhã ela assistia ao raiar do dia, o Sol imponente que pulava do escuro do mundo para o colo da gente, tomava o café e saia com um doce e sincero riso de criança.

Passava o portão da casa e mirava a rua, com o céu já azul seguia seu caminho, rodopiava o cotidiano feito roda de ciranda, passava pelos humilhados, aquele amontoado de gente encolhido nos cantos com suas casas de jornais, passava pela tenda ainda fechada da esquina, acenava para a senhorinha que toda manhã colocava sua cadeira na varanda, passava pela rua, passava pelo dia, passava uma semana, era a dona de todo o momento, esticava os braços nos ponteiros do relógio e feito pose de tango com o tempo fazia uma dança.

Já vestiu prata, já usou azul, mas gostava mesmo era do verde, passava pela rua, passava pelo dia, passava uma semana, rodava pelo mundo e no dia seguinte lá estava ela, sem pestanejar, salve dona Esperança.


Marcelo Diniz
www.marcelodiniz.net

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