quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Café, poesia e duas doses de ironia



 Café, poesia e duas doses de ironia



E diga-me, querida
Hoje, quanto tempo você fica?
Esqueço da vida e preparo o café?
Ou degusto o café
E te preparo a minha vida?

Disse certa vez o poeta, e até que a parábola da jogo, afinal de contas tem dias que o café fica muito doce, por mais que você sempre coloque a mesma medida, por mais que você já tenha feito inúmeras vezes, por mais que você tenha certeza dos atos, por puro capricho ele adoça além, e aquilo que deveria ser um energético acaba virando um calmante.

E tem dias que a vida toma gostos amargos, por mais que você pense que está no comando, que domina os caminhos, que essa é a hora da calmaria, vem a vida por pura ação do universo e te joga um gosto energeticamente amargo, te puxa da zona de conforto e faz caminhar o próximo passo.

...na dúvida, o café decepciona menos... na dúvida, a vida sempre vale mais...


Marcelo Diniz

quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Dois cafés, para um



Café, poesia e duas doses de ironia


 Dois cafés, para um

Dia desses voltei com um hábito que tinha ficado deveras esquecido em algum dos meus cantos, resolvi que precisava conversar um pouco comigo e sai sem rumo, em busca do céu, de um café ou dois, sem querer saber o que viria depois.

Subi até o topo e sentei naquela pedra, no meu lugar de ouvir Deus, para contemplar a vida e buscar o silêncio que muitas vezes é ofuscado pelo cotidiano, e fiquei ali vendo as luzes da cidade e aquele furor das pessoas correndo junto com a tal obsolescência programada. Lá no fundo comecei a ouvir aquela voz, feito gritos da alma que surgem no meio da mais tranqüila calma.

Ele falava o que esperava de mim no futuro enquanto eu questionava o que ele tinha feito de mim no passado, traçamos planos, definimos limites e chegamos num mesmo ponto em comum: daqui para frente devemos ter encontros mais freqüentes.

Horas depois voltei, no caminho o templo de todo poeta boêmio, uma casa de café...  entrei, e pedi com cara de “lugar nenhum”:

- Por favor, dois cafés... para um !!!


Marcelo Diniz
www.marcelodiniz.net

quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Por Mais Que A Gente Grite

Café, poesia e duas doses de ironia


Por Mais Que A Gente Grite

Você passa anos criando uma conduta, construindo seus dogmas e tabus, mas basta uma  única situação em que na tênue linha a emoção for mais pesada que a razão, que tudo aquilo que você jurou que nunca faria torna-se um fato normal, seus dogmas e tabus escorrem pelo buraco do ralo e sua conduta é soprada para fora da sua essência como simples poeira em vão.

Pode ser que isso tenha relação com o tal livre arbítrio, com a nossa possibilidade de escolhas, é como ter a perna toda machucada e escolher tratar só uma ou outra ferida, mas eu ainda acho que é por que ainda não percebemos que ninguém nos salva da vida.

Vida que se manifesta por pura falta de opção, deixando fluir vontade, e brota um ser, mesmo sem saber se ele já quer ser, e brota uma dúvida, que vira uma idéia, que agrupa  algumas linhas, e faz então um verso... brota o universo.


Marcelo Diniz
www.marcelodiniz.net

quarta-feira, 5 de agosto de 2015

Olhei para o relógio, ele marcava 35

Café, poesia e duas doses de ironia


Olhei para o relógio, ele marcava 35

A vida nos dá o direito... e qualquer reflexo da própria imagem já estampa o avesso... reflita enquanto tiver controle do caminho, escreva um soneto com açúcar, tome um café com carinho.

“Comecei a cultivar a barba
Pois era a forma mais fácil
De olhar no espelho e perceber o tempo
Agindo nos meus pelos
Deixando o tom mais prateado
Um dia parei para ler
Essas letras que tenho espalhado pelo mundo
E foi surpresa perceber
Que os versos também
Vão ficando grisalhos”

Feito um eco, em agonia, desejar um bem maior, seja divino ou não, do tempo que te resta, se é um dia mais, uma noite menos, uma questão de opinião, um bem querer além do bem, além do querer, além do não, apenas bem querer, então!



Marcelo Diniz
www.marcelodiniz.net