É a mesma janela, passei décadas naquele parapeito, e o
tempo foi comendo o cenário ao redor, sempre aparece um bem-te-vi esperando
alguma migalha que caia da minha mão ou caçando pequenos bichos pelo chão,
claro que não é o mesmo pássaro, mas é sempre a mesma cena... as grades, o
portão, o poste e suas trincas, o asfalto judiado, as plantas, e a
árvore... que vem crescendo por décadas,
e sendo podada, crescendo e sendo podada.
Reflexos da vida, vai ver que do parapeito do caule ela vem me observando por algumas décadas também, crescendo e sendo podado, moldado, as tardes que passam feito o faminto pássaro nas minhas migalhas de saudade.
Reflexos da vida, vai ver que do parapeito do caule ela vem me observando por algumas décadas também, crescendo e sendo podado, moldado, as tardes que passam feito o faminto pássaro nas minhas migalhas de saudade.
Sempre a mesma cena, até que a sorte nos espalhe.
Marcelo Diniz
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