quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Monólogo da multidão!

E de tanta gente de mentira
Sempre que eu olho ao redor
Já nem acho loucura
Quando me pego falando só

Espelho amigo, que me assusta
Quebro ao meio, vira dois
Comigo já são três
O que será que vem depois?

Peripécias da luz, no canto escapo
Em vulto de sombra me transformo
E com aquele já sou quatro
Disforme transtorno

Os heterônimos nem conto
Porque são tantos, não minto
Mas se pudesse reunir todos num só
A minha figura heterônima seria o quinto

Sou tantos que já falta espaço
Invado até minha privacidade
Dos tantos, muitos quase loucos
E dos loucos, todos em alguma parte


Marcelo Diniz
www.marcelodiniz.net

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