quarta-feira, 22 de maio de 2013

No meio do caminho tinha uma FLOR

Na tarde em que o céu chorou
No fraco Sol de outono
Sem café, sem cafuné
Enrolado num velho pedaço de pano
Dilacerando em poesia
Rasgando em versos
E juras de amor
Com a certeza que daqui pra frente
Sempre que no caminho
Forem pedras e mais pedras
Criarei-te em meu jardim
Atirando a primeira FLOR.


Marcelo Diniz
www.marcelodiniz.net

segunda-feira, 20 de maio de 2013

Anjo Mulher

Teu sorriso é luz
Anjo Mulher
Feito acalanto sagrado
Por cada canto da alma
Transforma minha dor em calma
Permeia meu peito em fé

E o seu olhar de Lua inteira
Que me absorve e me espalha
Feito grão de areia
Me faz rasgar em poesia
E sangrar cada palavra
Lua linda, Lua cheia

Te coloco então em meu altar
Para ver teu sorriso me sorrir
Para ver teus olhos me olhar


Marcelo Diniz
www.marcelodiniz.net

terça-feira, 7 de maio de 2013

Trova de Fogo

Tentei fazer da saudade
Uma carta ao meu favor
Mas difícil ter regras num jogo
Para quem com a vida nunca jogou

Ela então foi traiçoeira
Bateu no meu ombro
Me jogou da ladeira
E eu cai...

Com a ponta do aço no peito
Me rasgando em sangue quente
Estampando n'outro lado
Um músculo deveras ausente

Trincado coração
E daí percebi que a saudade
É um bicho feroz
Que não pode ser tratado em vão


Marcelo Diniz
www.marcelodiniz.net

segunda-feira, 6 de maio de 2013

Eu tô voltando pra casa pra dizer tchau.



Difícil o caminho quando escolhi o amor, tortuoso também ao pensar em mudar as coisas, somando ambos vira quase utópico, mas o que mais sustenta a criatividade além da utopia? Esse é o ofício do artista? Caminhar até sangrar as solas, e ainda assim continuar até secar na certeza? Passear por entre sonhos, muros e belezas? Caminho de raras levezas... mas que seja um caminho honesto, se sobrarem apenas migalhas, que seja um caminho de restos.

Um lindo caminho, tranqüilo em paz, perdido entre o bem e o mal, criando na vida raízes, chamando cada pequeno buraco de lar, e voltando em cada casa pra dizer tchau.

Marcelo Diniz

quarta-feira, 1 de maio de 2013

A Hora H

E de tanto subir
A escada que desce
E tentar entrar
No coração que fecha
Pra tentar saber
A idéia que some

Entendi que era a hora
De voltar a ser fogo
Me queimar em brasa quente
Me espalhar fumaça ao vento

E as cinzas que sobrarem
Grudar em cada sola
Caminhar em cada estrada
Espalhar por toda a vida


Marcelo Diniz
www.marcelodiniz.net