quinta-feira, 4 de abril de 2013

Dissertação do Manifesto Utópico

Confesso que tentei
Por várias vezes
De várias formas
Mas já não tenho humanismo
Nesse corpo, não
O ser humano espalhou no ar
Feito grão, algodão
Me deixou só arte
Sou um espasmo de inspiração
Sou um fluxo de sentimentos
As vezes serei um momento bom
E as vezes não...

Já não busco criar vínculos
Nem busco o elo que me complete
Sou feito vento
Sem risco calculado
A partir do sempre
Meu risco será o FATO

Minha alegria é cadente
E minha tristeza vulcânica
Nos gritos de agonia
De refluxos passados
Me crio então em utopia

Vou me apegar no desapego
Um máquina, incansável
Criar em grande escala
Cada gota de suor que me brotava
Na testa, na palma...
No desespero do volante

Vou nascer em obra
Transformar o choro em riso
O certo em risco
A alegria em dor
O ódio em amor
Brotar feito erva...
...e que fumem as daninhas...

Com tanto tempo germinando as idéias
Deve ter alguma que sirva
Deve ter alguém que sinta
Mas se não deve... eu devo


Marcelo Diniz
www.marcelodiniz.net

2 comentários:

  1. Na minha inquietude pela caça aos tesouros, mergulhei neste sonho analógico e encontrei riqueza manifesta em arte poética.

    sempre q possível germine idéias e nos sirva!

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