sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Tiro curto

Seja labareda
Ou chama de isqueiro
Só não se perca nas metades
Seja inteiro!


Marcelo Diniz
www.marcelodiniz.net

Prantos & Barrancos

Mas já fui lágrima
Também nos meus olhos
Mariados de angústia
Por vezes alegrias
Por horas de infortúnio
Por doce-amarga filosofia

Aos prantos e barrancos
Até que o tempo acalmava
O que era desencanto
Agora nascia em fenix
Imortal esperança
Dos dias melhores
Dos tempos melhores
De horas menos piores
Da palavra constante: aflore!


Marcelo Diniz
www.marcelodiniz.net

Quase fogo, quase fumaça

Do fogo que queima
Em partes difusas
Já fui chama
Já fui fumaça
Já fui um arder em tortura

Das tardes cinzas
Em noites quentes
Já fui lua
Já fiz nuvem
Já fui momentos, de repente

Dos seus olhos já fui lágrima
Na incerteza das idéias
Já fui fogo, fiz carvão
Hoje cinza e enrijecido
Um quase morto coração!


Marcelo Diniz
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quarta-feira, 28 de setembro de 2011

E quem salva os humanos?

Quisera ser vaso
Num móvel qualquer, insólito
Ao lado, largado
Em vasta conspiração
Imóvel emoção
Das conversas alheias
De tempos constantes
Repleto de areia
De argila, instantes
Quisera ser vaso
Ao menos distante!


- Em mais um capítulo da Pocket Poesia, escrito em pequenas telas na vastidão das idéias!


Marcelo Diniz
www.marcelodiniz.net

sábado, 17 de setembro de 2011

Nas asas da borboleta

De todas as coisas
Onde estão elas?
Fecho os olhos e procuro
Uma resposta...
Em algum canto escuro
Dos devaneios malucos
Em desejos ocultos
De tempos distantes
Consequência inconstante
Procuro até no losango
Estampado no tapete
Procuro uma resposta
Procuro uma pergunta
De todas as coisas
A que me aceite...


Marcelo Diniz
www.marcelodiniz.net

Meio termo

Soco forte
Em centro plano
Parte ao meio
Cai metade
Em desencontro
Despregando em desencanto
Meia face
Meia lua
Meio termo
Cai metade, cai a ficha
E a outra face, que fica
Se desprende em vários tantos
Alguns procuram a parte caída
Outros se findam pelos cantos
Afogam em prantos
Secas vidas!


Marcelo Diniz
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sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Errante

E hoje
Tudo fica muito vago
Porque cada macaco
Tem seu espelho
E cada espelho
Tem o seu galho

Maluco em sã consciência
Constante
Vibrando em frequência
Distante

Mas caminhando
Eterno caminhante
Dos caminhos tortos
Das retas instantes
Caminhos... errantes!


Marcelo Diniz
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segunda-feira, 12 de setembro de 2011

A lua de Saturno

Que passa entre nuvens
E ainda brilha forte
Que supera as nuvens densas
Do vácuo dos ventos do norte
Pulsa em tempos, fosse vida
Nos tristes vales da morte
E reina no céu
De hemisfério vertical
Alto, doce e singela
É essa a lua
Que um dia foi minha
Hoje escrevo...
A lua que é dela!


Marcelo Diniz
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sábado, 10 de setembro de 2011

Alma Soul

Na lua sou estrela
Mas no Sol o brilho ofusca
Como pedra cinza
Eterno rio em busca
Que cruza o mar
Encontra a água
E corta o céu
Em outra jornada
Das águas jorradas
Mar em fuga
Céu em paz
Na lua sou estrela
No céu, das eternas fugas
Ainda sou mais...


Marcelo Diniz
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sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Amar e mudar as coisas...

Um beijo grande
Que transborda o coração
Mas de pífio tamanho
Dentro da constante decepção!


Marcelo Diniz
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quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Páprica

Semente amarga
Queima em tempo
A mão que afaga
Queima a lingua
Forte e farta
Árduo desejo
Da quentura
Refrescada em ternura
Por simples sopro
Em despejo
Desses, feito ultimo adeus
Ultimo suspiro
Ultimo beijo...


Marcelo Diniz
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segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Faz Arder

Linda e traiçoeira
Lua cheia que me chama
Faz queimar nas ruas
Fria noite em chamas
Feito virose
De tempos de inverno
Em crises que chegam
E chegam com você
Linda e traiçoeira
Faz queimar
Me faz arder


Marcelo Diniz
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sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Feito areia

Como um ponto de luz
Num refluxo brilhante
Some em névoa gelada
Um espelho quebrado
Em reflexo distante
De caminhos tortos
Em paralelas tristes
É passageiro constante
Desperta desejo
Pretensão de idéias
Por instantes
Mas some... feito areia
Na água e no vento
Por momento
Atordoante...


Marcelo Diniz
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quinta-feira, 1 de setembro de 2011

A rua das folhas mortas

Era branco, feito neve
De um outono tardio
Forrava o chão, lágrimas claras
Quase um suspiro, desesperança
Despregando ao vento
Ao tempo
Aos tantos...
Das histórias de uma rua
Ruas da cidade
Em tempo de folhas mortas
O despregar do vento
É como um criar da vontade
Para querer sentir... saudade!


Marcelo Diniz
www.marcelodiniz.net