domingo, 31 de julho de 2011

Tijolos e fumaça!

Os barracos da cidade
Porcelanas borradas
Em tijolos de gente
Amontoados
Emparedados
Formam ruas com triste caminho
De olhos cansados
Do medo das esquinas
Andando por muros
De tijolos sozinhos
Correndo do tempo
Fazendo um momento
Um borrão em fumaça...


Marcelo Diniz
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sexta-feira, 29 de julho de 2011

Ondas inquietas

Inquietude da alma
Por fraqueza do ser
Momentos em que o universo
Te avisa, te segura
Mas voce insiste
E atira-se em busca
No rumo da lua, na rua
Voce pensa que é maior
Que é suficiente, de fato
Mas é grão
Areia ao vento
Pequeno e fraco
Alma cansada, embates da vida
Herança sofrida
Em vão, negação
Cabeça em alerta
Daqui por diante
Esperta, desperta
Dispersa...


Marcelo Diniz
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terça-feira, 26 de julho de 2011

Paralelas

Passei um bom tempo
Vendo a vida pelo vão da janela
Retas que abriam o mundo
Em abrigo escudo
Me deixavam ileso

Vento celeste em azul momento
Abriu o horizonte em pontos difusos
Agora eram vãos de árvores, dos fios
Retas distantes
E um frio confuso

...retas paradas

Paralelas
Que separam
Minha visão e o mundo
Paralelas
Onde eu paro
Para ela...


Marcelo Diniz
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Pulsar

Marcas e marcas
Por horas e horas
As dores do mundo
Nas dores do EU
Coração que não é de lata
Mas as vezes, duvido que bata
Abrigo, no peito
Carrasco inimigo
De um crime perfeito
Escondido
Enquanto eu permito
Coração aflito
Me bata...
Me amanse...


Marcelo Diniz
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Que deveras sente!

Estranha arte
Que estampa um sorriso
Que aquece a alma
Que me flagela em partes

Dos caminhos tortos
E das alegrias constantes
De um olhar puro
De um pesar em dor, distante

A mão que apunhala
É a mesma que escreve em prosa
Rabisca com um punhal afiado
O espinho, no caminho da rosa

Passa o tempo, e passa a noite
Em dor contínua, em instantes
De um anjo caído e ofuscante
Em uma arte que me parte, cortante!


Marcelo Diniz
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domingo, 24 de julho de 2011

Dispersa

Muito abaixo
Do nível do mar
De forma submersa
Nas entranhas do mundo
Dispersa...
Em absoluto segredo
Profundo
Engasga a alma
Em refluxo de maré
Abissal momento
De flagelo distante
Dolorido e constante
No exato momento


Marcelo Diniz
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quinta-feira, 21 de julho de 2011

Amizade

De forma egoísta
Rotulamos em pessoas
Das que nos cercam
Das que nos somem
Das que nos faltam
Das que nos morrem
Mas e os momentos?
Aquele amigo de um momento só?
Aquela mão que te puxa do buraco?
Anjo da guarda materializado?
De forma egoísta esquecemos
Somos feitos de momento
Somos um momento
De agora, até o fim!
Amizades para a vida toda
Amizades para o resto da semana
Amizades até o fim do dia
Amizades até o final do show
E que sejam sempre
Dias melhores!


Marcelo Diniz
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Mea Culpa

Meia noite, meia vida
Insônia de um dia
Que vai nascer atrasado
Interrupção de uma vida
Antes de juntar em feto
Triste começo
Desafetos, do mundo novo
Retrocesso de um mundo louco
O sangue corre
O Sol brilha
A Terra gira
Por simples falta de opção
Mea culpa, intenso
Admirável e propenso
Platônico mundo cão!


Marcelo Diniz
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quarta-feira, 20 de julho de 2011

Black Hole! (ou O Nada Infinito)

Já passei por dias
Em que fui céu
Ventando ao léu
E vagando ao bel prazer

Já passei por dias
Em que fui chão
Sólido e gelado
Firme e arenoso
Constante, confuso

Mas tem dias além
Momentos que sou buraco negro
Abraçando o mundo
Engolindo o universo
Tragando feito fumaça
Toda essa falta de emoção
Todas essas almas em vão
Respingando no vácuo

Absorvendo enfim
O acumulo do nada!


Marcelo Diniz
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sábado, 16 de julho de 2011

Das minhas vidas!

Quando você foi pedra
Eu fui chão
Escoando em buracos
Momentos passados
Em vão

Quando você foi rio
Eu fui margem
De apoio contínuo
Em paralelas difusas
De idéias confusas

Quando você foi nuvem
Eu fui céu
No esplendor do momento
Esculpindo as formas ao vento
Imortal e intenso

Quando você foi sangue
Eu fui carne
Flagelado e ferido
Sem escudo nem abrigo
Dilacerado em emoção


Marcelo Diniz
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Sorrateira

Maldita e sorrateira
Lua cheia
Das minhas inquietudes
Momento febril
Partindo rumo ao nada
Pelo simples ato de ir
Sem rumo, sem nada
Sem fim...
Partindo lua cheia
Sorrateira
Cheia... de mim!


Marcelo Diniz
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quarta-feira, 13 de julho de 2011

Oculto Infortúnio

Movido por um EU
Que nem sempre está presente
Onde o nunca ou quase
Brota de repente
Tal qual a lua
Que insiste em povoar as manhãs
No alto das 10
Disputa espaço com o Sol
Mancha o azul
Por simples questão do querer
E mesmo ofuscada
Prende mais minha atenção
Que o próprio astro rei
A lua é um heterônimo do céu
Escrevendo em prosa
Os infortúnios noturnos
De uma noite que custa a chegar
De uma lua que custa a ocultar


Marcelo Diniz
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terça-feira, 12 de julho de 2011

Galáctico

Uma fagulha que pisca
Num espaço qualquer
Cercada de sonhos
De incerteza
Cercada de um tempo
Em rara beleza

Em reflexo brilha
No mar galáctico
Constelações oceânicas
Ondas de energia
Vibração
Em ondas curtas
Vibra a ação
De uma música
Que ainda não tocou...


Marcelo Diniz
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quinta-feira, 7 de julho de 2011

Portátil Engano

Tudo ao alcance
Um simples toque, um botão
Universo todo gira
Brilho nos olhos
Sopro de furacão
A compatibilidade portátil
E na cabeça, a negação
Por horas e horas pensando
Em desordem, confusão
Puro encanto, errado
Outro engano, outro momento
Desligado ...


Marcelo Diniz
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