quarta-feira, 22 de junho de 2011

Passos passados

Caminho torto
Voce estica a mão
Abre os braços para um irmão
E recebe um tapa
No meio do rosto
Que te escorre em lágrima
Salgada, sem gosto
Triste e puro desgosto

Mas já aprendi a não criar muros
E também não tenho a santidade
Para oferecer a outra face

Pego o pedaço e transformo em pó
Escarro em barro, em mapas de espinho
E coloco aos poucos no chão
Em retrovisão viram passos
Passos passados... do meu caminho...


Marcelo Diniz
www.marcelodiniz.net

domingo, 12 de junho de 2011

O Caçador De Estação

E até onde importa?
Qual o limite?
Da base desesperada
Da noite fria
Do quarto escuro
Da estrada calada
Parada...
E até onde aguenta?
Enquanto a lua brilhar
Na altura do terceiro andar
Criando um desejo extremo
De pular e voar
Antes que o Sol apareça
Antes que abram a minha cabeça
Até que o Sol se esqueça
E já não mais aqueça
E então parar?
Depois disso tanto faz
O Sol descansa em breu
E tudo descansa em paz!


Marcelo Diniz
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sábado, 11 de junho de 2011

Ensaio sobre os segundos

Pelo canto do olho
Te vejo passar
Sorrateiramente pela beirada
Um vulto pretencioso
Dos meus momentos ociosos
Alucinações do medo
Ou anseios, vontades
Teria voce escapado?
Do ultimo espelho?
Em retrovisão
Ofegante respiração
Da tênue linha
Que separa os segundos
De um relógio parado
Esperando o próximo tic
O próximo tac
Além, mas em partes


Marcelo Diniz
www.marcelodiniz.net

Incontrolável Não

A utopia de um louco
Que pula da ponte
E mergulha fundo
Mesmo sem saber se tem rio
Se tem água, ou se tem mundo
Apenas vai
Movido pela incontrolável
A força da incerteza
Do acaso absoluto
Do respiro em silêncio
Num momento de luto
A incontrolável força
Da negação, do desafio, do não


Marcelo Diniz
www.marcelodiniz.net

sábado, 4 de junho de 2011

Esquinas!

Mas não importa
Você pode estar com o rumo
O caminho todo traçado na cabeça
Mas é só piscar os olhos
E a vida te joga numa esquina
Esquina qualquer
E te força a tomar coragem
A enfrentar o cruzamento
A passar pelo sinal
A passar em branco
Numa esquina fria
Com os humilhados, enrolados
Jornais e papel, noticias humanas
Tropeçados pela certeza
Que a vida bate
Que a vida derruba
Que a mão esticada, é recolhida
Numa esquina qualquer
Dessas que dá calor
A esquina do lábio
Que forma o sorriso
E te força a tomar coragem
E perder o juízo


Marcelo Diniz
www.marcelodiniz.net